quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Refrigerantes: um problema para os dentes

Nas diversas regiões do Brasil, as pessoas usam palavras diferentes para identificar um refresco adocicado e gaseificado - o refrigerante. Porém, não importa o nome que se use, trata-se de algo que pode provocar sérios problemas de saúde bucal.
Os refrigerantes destacam-se como uma das fontes mais importantes de cárie dental presentes na dieta, atingindo pessoas de todas as idades. Ácidos e subprodutos acidíferos do açúcar presente nos refrigerantes desmineralizam o esmalte dental, contribuindo para a formação das cáries. Em casos extremos, o esmalte desmineralizado combinado com escovação inadequada, bruxismo (hábito de ranger os dentes) ou outros fatores pode levar à perda dental.
Bebidas sem açúcar, que respondem por apenas 14 porcento do consumo total de refrigerantes, são menos prejudiciais 1 . Entretanto, elas são acidíferas e têm potencial para causar problemas.

Está-se bebendo cada vez mais

O consumo de refrigerantes nos Estados Unidos aumentou drasticamente em todos os grupos demográficos, especialmente entre crianças e adolescentes. O problema é tão grave que autoridades de saúde como a American Academy of Pediatrics começou a alertar sobre os perigos.
Quantas crianças em idade escolar bebem refrigerantes? Estimativas variam de uma em cada duas à quatro em cada cinco consumindo pelo menos um refrigerante por dia. Pelo menos uma em cada cinco crianças consome um mínimo de quatro porções por dia.
Alguns adolescentes chegam a beber 12 refrigerantes por dia.
Porções maiores agravam o problema. De 180 ml na década de 80, o tamanho do refrigerante aumentou para 570 ml na década de 90.
Crianças e adolescentes não são as únicas pessoas em risco. O consumo prolongado de refrigerantes tem um efeito cumulativo no esmalte dental. Conforme as pessoas vivem mais, mais pessoas terão probabilidade de apresentar problemas.

O que fazer

Crianças, adolescentes e adultos podem se beneficiar com a redução do número de refrigerantes que consomem, e também com as terapias bucais disponíveis. Eis algumas medidas que você pode tomar:
  • Substitua o refrigerante por bebidas diferentes: Tenha na geladeira bebidas que contenham menos açúcar e ácido, como água, leite e suco de fruta 100% natural. Ingira essas bebidas e estimule seus filhos a fazer o mesmo.
  • Enxágüe a boca com água: Depois de consumir um refrigerante, faça um bochecho com água para remover vestígios da bebida que possam prolongar o tempo que o esmalte fica exposto aos ácidos.
  • Use creme dental e solução para bochecho com flúor: O flúor reduz as cáries e fortalece o esmalte dental, portanto escove com um creme dental que contenha flúor, como o Colgate Total® 12. Fazer bochechos com uma solução com flúor também pode ajudar. Seu dentista pode recomendar um enxaguatório bucal que você compra na farmácia ou supermercado ou prescrever um mais concentrado dependendo da gravidade do seu problema. Ele também pode prescrever um creme dental com maior concentração de flúor.
  • Faça aplicação de flúor com o profissional: Seu dentista pode aplicar flúor na forma de espuma, gel ou solução.Os refrigerantes são implacáveis com seus dentes. Reduzindo a quantidade que você ingere, praticando uma boa higiene bucal e buscando ajuda com seu dentista e higienista, você pode neutralizar seus efeitos e usufruir de uma saúde bucal melhor.
1 Harnack L, Stang J, Story M. Soft drink consumption among US children and adolescents: Nutritional consequences. Journal of the American Dietetic Association 1999;99:436-444.
2 Gleason P, Suitor C. Children s diets in the mid 1990s: Dietary intake and its relationship with school meal participation. Alexandria, VA: US Department of Agriculture, Food and Nutrition Service, Office of Analysis, Nutrition and Evaluation;2001.
3 Brimacombe C. The effect of extensive consumption of soda pop on the permanent dentition: A case report. Northwest Dentistry 2001;80:23-25.

O que é uma nutrição adequada?

É a ingestão de uma dieta equilibrada para que seu corpo possa assimilar os nutrientes necessários para uma boa saúde. A cada dia, o corpo humano se renova, isto é, renova seus músculos, sua matéria óssea, sua pele e seu sangue. As substâncias que você ingere são a base para a formação destes novos tecidos. Se sua dieta contiver poucos nutrientes essenciais ao corpo, sua boca estará mais vulnerável a infecções. Quando uma criança não se alimenta corretamente, seus dentes podem não se desenvolver de maneira adequada.
Para ter dentes fortes e resistentes à formação de cáries, a criança precisa de uma dieta rica em cálcio, fósforo e flúor.

Quais são os diferentes tipos de nutrientes?

Uma boa alimentação deve conter os seguintes nutrientes:
  • Carboidratos;
  • Ácidos graxos essenciais (contidos em produtos gordurosos);
  • Aminoácidos (encontrados nas proteínas);
  • Quinze vitaminas;
  • Cerca de vinte e cinco minerais;
  • Água
Como o nosso corpo não pode fabricar todos nutrientes de que precisamos, principalmente certas vitaminas, precisamos obtê-los dos alimentos e suplementos alimentares que ingerimos. O Ministério da Agricultura Americana recomenda à população em geral a ingerir diariamente:
  • 6 a 11 porções de pão e cereais;
  • 3 a 5 porções de verduras;
  • 2 a 4 porções de frutas;
  • 2 a 3 porções de produtos derivados do leite;
  • 2 a 3 porções de carne, aves, peixe, ovos, feijão ou nozes.

Por que é importante ter uma alimentação correta?

Uma alimentação incorreta pode causar gengivite e cáries. Os alimentos que têm elevado teor de carboidratos, açúcares e amidos contribuem muito para a produção dos ácidos que formam a placa bacteriana que ataca o esmalte dos dentes. Com o passar do tempo, esses ácidos destroem o esmalte, formando a cárie.
Caso tenha que ingerir produtos com muito açúcar ou amido, consuma-os durante as refeições e não entre refeições. Evite alimentos que grudem nos dentes, pois eles podem aumentar a formação da placa bacteriana. A maior parte dos alimentos já tem ingredientes que produzem ácidos. Por isso, quanto menos você expuser seus dentes a esses ingredientes menor força terão os ácidos da placa bacteriana de atacarem o esmalte. Um aspecto positivo é o fato da produção de saliva aumentar durante as refeições, removendo os detritos alimentares da boca.

O que é placa bacteriana?

Trata-se de uma película pegajosa e incolor, constituída de bactérias e açúcares que se forma sobre os dentes. É a principal causa de cáries e gengivite . Se não for removida diariamente, endurece e forma o tártaro.

Como saber se tenho placa bacteriana nos dentes?

Todos nós temos placa bacteriana porque as bactérias estão sempre presentes em nossa boca. As bactérias aproveitam os nutrientes contidos nos alimentos que ingerimos e aqueles contidos na saliva para se desenvolver. A placa causa as cáries quando os ácidos que ela produz atacam os dentes, o que acontece após as refeições. Sofrendo esses ataques repetidos, o esmalte dos dentes pode se desfazer e abrir caminho para a formação de cáries. Não sendo retirada, a placa bacteriana pode também irritar a gengiva ao redor dos dentes, causando gengivite (as gengivas ficam vermelhas, incham e sangram), periodontite e perda dos dentes.

Como posso evitar a formação da placa bacteriana?

É fácil evitar a formação da placa bacteriana. Basta você:
  • Escovar bem, no mínimo três vezes ao dia, para remover a placa bacteriana de todas as superfícies dos seus dentes.
  • Usar fio dental diariamente para remover a placa bacteriana que se instala entre seus dentes e sob a gengiva, onde a escova não pode alcançar.
  • Limitar a ingestão de alimentos com muito açúcar ou amido, especialmente aqueles que grudam nos dentes.
  • Visitar seu dentista regularmente para fazer limpeza e exame completo dos dentes.

Medicamentos podem afetar minha saúde bucal?

Sim, os medicamentos podem apresentar efeitos colaterais na boca, dos quais a "boca seca" é o efeito colateral mais comum. Não deixe de informar seu dentista sobre os medicamentos que você está usando, mesmo aqueles que comprou sem receita médica.
Os seguintes medicamentos podem causar o ressecamento da boca:
  • Anti-histamínicos (Antialérgicos);
  • Descongestionantes;
  • Analgésicos;
  • Diuréticos;
  • Medicamentos para pressão alta;
  • Antidepressivos.
Outros medicamentos podem causar inflamações, ulcerações, dormência, 
formigamento, distúrbios de movimento, alterações do paladar e, durante a escovação ou do uso do fio dental, sangramento excessivo da gengiva. Se perceber quaisquer desses sintomas, consulte seu dentista ou médico.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A RESPIRAÇÃO BUCAL E AS DEFORMIDADES DENTO-FACIAIS

Atualmente, os problemas respiratórios na infância estão cada vez mais freqüentes, porém pouca gente sabe, da relação desses problemas, principalmente nas crianças que respiram constantemente pela boca, com os problemas ortodônticos, a maloclusão dentária.
A respiração é junto com a mastigação, um dos principais fatores que contribuem para o correto desenvolvimento dos ossos maxilares e conseqüentemente um correto posicionamento dos dentes.
Quando a criança passa a respirar pela boca, várias alterações começam a ocorrer: 
Passa a manter a boca aberta a maior parte do tempo
A língua passa a ficar mais baixa, junto ao assoalho da boca, em contato apenas com os dentes de baixo
A criança, para facilitar a respiração bucal, projeta a cabeça para a frente, esticando o pescoço, mudando a postura da coluna cervical


Essas alterações, junto com a inversão da passagem do ar (o ar passa a entrar e sair pela boca e não pelo nariz) aos poucos vão trazendo alterações para os ossos maxilares, para as arcadas dentárias e para o posicionamento correto dos dentes.
As principais alterações que vemos são o céu da boca alto e estreito, as mordidas cruzadas (quando os dentes de cima encaixam por dentro e os de baixo por fora) que podem ser uni ou bilaterais, as mordidas abertas (quando os dentes da frente não se tocam, ficando um espaço entre eles), os apinhamentos dentários (pela falta de espaço os dentes ficam amontoados) e as retrusões mandibulares (falta de crescimento da mandíbula, o osso onde ficam os dentes de baixo, deixando um espaço horizontal grande entre os dentes anteriores de cima e os de baixo).
As causas principais do aparecimento da respiração bucal são as obstruções das vias aéreas superiores, e podem ser devido à: 
Obstruções nasais por alergias (Rinites e Rinossinusites)
Hipertrofia de cornetos
Desvio de septo
Adenóides aumentas
Amídalas aumentadas


A respiração bucal, hoje, pelo conjunto de sinais e sintomas associados a ela, é conhecida como a Síndrome do Respirador Bucal.
O respirador bucal além das características descritas acima ainda apresenta uma face característica, com: 
Nariz estreito
Narinas afiladas
Lábio superior curto
Boca entreaberta
Olheiras acentuadas


Também pode apresentar baixo rendimento escolar, ser irriquieto, sonolento, apresentar cansaço intenso com pouco exercício físico, Ronca e baba a noite e é um forte candidaqto a apresentar apnéia do sono, ainda na infância.
É um problema sério, que envolve para o seu tratamento, vários profissionais. Em geral, o tratamento da respiração bucal envolve os médicos,principalmente o Otorrinolaringologista, que vai tratar as causas da obstrução nasal, o Ortodontista ou Ortopedista dos maxilares que vai atuar nas seqüelas bucais da respiração bucal, corrigindo os dentes e arcadas dentárias, bem como Fonoaudióloga e Fisioterapeuta.
Como toda alteração que envolve o crescimento e desenvolvimento dos ossos maxilares e arcadas dentárias, o tratamento ortodôntico das seqüelas da respiração bucal deve ser o mais precoce possível, mesmo enquanto a criança ainda tem os dentes de leite, para que essas alterações não se perpetuem durante o crescimento da criança, tornando mais difícil seu tratamento no futuro. 

A importância das Restaurações após o término dos tratamentos de Canal.

Um dos exemplos desta afirmação é devido às situações das contaminações bacterianas existentes no meio bucal pela sua condição especial de se tratar de um local úmido e com milhares de espécies de bactérias.
Sabemos que existem de uma maneira geral, dois tipos bacterianos, os aeróbios e anaeróbios, ou seja, um grupo de bactérias, que pode viver na presença de oxigênio e são chamadas de aeróbias e outro grupo , que vive em meios com ausência de oxigênio e denominadas de anaeróbias. Estas bactérias possuem comportamentos e resistências diferentes, mas as anaeróbias são conhecidamente mais resistentes aos medicamentos normalmente usados pelos Cirurgiões Dentistas. Possuem um poder de contaminação mais efetivo e complexo de atuação. Portanto são mais difíceis de serem destruídas, por outro lado sabemos , que estão presentes e em maior número no interior dos canais radiculares de uma maneira geral. Por estas questões nos dias atuais os tratamentos endodônticos têm sido mais complexos, devido ao comportamento destes microorganismos.
Na Endodontia temos meios efetivos para lidar com estes elementos, através de protocolos de instrumentação cada vez mais efetivos e rápidos. Nossas medicações usadas têm demonstrado eficiência, porém os Especialistas sabem das dificuldades no lidar com estas bactérias. A fase final do tratamento endodôntico tem na obturação do canal seu ponto máximo, através do selamento deste importante espaço com a participação de um cimento e cones de guta percha, através do preenchimento lateral e até a região apical das raízes trabalhadas. Sabemos, que quando bem realizada esta missão o paciente terá uma situação perene de saúde nesta região.
Mas, no dia a dia das atividades clínicas temos observado alguns resultados negativos de tratamentos de canal, embora corretamente realizados. Isto é devido quando há falência no vedamento das restaurações das porções coronárias em algum momento ou esta ocorrendo. As restaurações dividem-se em diretas ou plásticas (amálgamas ou resinas) ou indiretas através das várias formas dos tipos de próteses. A proteção da parte coronária quando apresenta falhas de selamento ou vedação permite a passagem ou penetração de toxinas, fluídos ou até mesmo bactérias, que provocam a dissolução do cimento obturador promovendo espaços ou vazios no canal, que servem de morada ou abrigo de toxinas ou até mesmo de colônias bacterianas, que com o passar do tempo geram o fracasso do tratamento do canal. Na verdade, o tratamento endodôntico leva as culpas, mas quem promoveu a falha foi à falta de vedamento. Portanto, aconselhamos, que o selamento deva ser realizado o mais rápido possível através da restauração da parte coronária dos dentes, que tiveram seus canais tratados.
Ou, quando ocorrer alguma fratura, rompimento de restauração em dentes, que tem tratamento de canal anterior busque o mais rápido possível o seu Dentista para fechar a porção perdida.
Sabemos, que um dente com ruptura de restauração na média com mais de três dias exposto a estas condições, já pode estar sujeito à contaminação bacteriana de todo ambiente de sua obturação de canal. Com esta conduta você evitará ter que retratar o canal ou refazer todo trabalho.
A fotografia mostra nos bordos (limites da parede da cavidade e o material restaurador) as manchas e mudanças de coloração, que são os indicadores de que existem infiltrações e contaminações bacterianas.
Nesta fotografia o molar teve perda da restauração por fadiga.
Observa-se no assoalho da cavidade a existência de restos alimentares, partes de material forrador e nas paredes da cavidade manchas, que caracterizam dentina contaminada por germens. Se o dente tinha tratamento de canal e ficar mais de três dias exposto, como no caso da foto, certamente levará o antigo tratamento de canal ao fracasso, pois ocorrerá a contaminação bacteriana.
Quando temos dentes nesta mesma condição, porém possuem polpa viva (nervo vivo) ocorrerá dor e o paciente procurará o seu Cirurgião Dentista com urgência!
Nos dentes com canal já tratado, como não sentem dor a tendência é esperar, geralmente aguardam vários dias. Esta atitude promoverá a contaminação do canal tratado, comprometendo desnecessariamente o tratamento anterior..
“As visitas semestrais ao seu Cirurgião Dentista de confiança podem evitar tais situações e resultam em melhor qualidade de saúde e vida” 

A CRIANÇA E OS DENTES

A finalidade deste escrito é chamar a atenção dos pais para algumas peculiaridades e cuidados com os dentes das crianças. É sumamente importante que se reconheça o valor e a importância dos dentes chamados decíduos, dentes-de-leite ou dentes temporários. Eles realmente são temporários, porém nem por isto devem ser descuidados.
Os dentes-de-leite, são em número de 20, dez em cada arcada. Dividem-se em grupos e cada grupo tem sua finalidade específica na mastigação. Os incisivos cortam, os caninos rasgam e os molares trituram. Isso caracteriza a necessidade da presença de todos os dentes, para que seja efetuada uma boa mastigação.
Deve ser ressaltado que, nas dentes temporárias, não existe o grupo dos prémolares, que se encontram depois nos dentes permanente.
A MUDANÇA DOS DENTES
Quanto à substituição dos dentes temporários pelos permanentes, é fundamental esclarecer alguns pontos que são imprescindíveis para o cuidado deles. Os dentes permanentes vão se formando por baixo dos temporários e, conforme evoluem em sua formação, reabsorvem concomitante mente as raízes dos antecessores, até que estes caem e os permanentes aflorem. Eis a razão porque os dentes temporários, quando caem, não têm raízes.
Mas antes eles as tiveram, tal qual os dentes permanentes.
A dentição permanente inicia com a erupção dos primeiros molares, os quais se localizam atrás de todos os de leite, sem substituir, portanto, nenhum temporário. Os pais devem ter conhecimento deste fato - o nascimento dos primeiros molares aos 6 anos - pois é comum confundirem estes dentes com dentes-de-leite, em razão de, ao nascerem, não ter caído nenhum dente. Esta confusão é lamentável e, por vezes, desastrosa, leva ao seu descuido e, com freqüência, até a sua perda total. E estes são talvez os dentes mais importantes de todos os outros permanentes, porque, durante a época da mudança, são eles que mantêm a articulação. Por isso, são chamados "dentes-chave-da-oclusão", isto é, dentes que sustentam e dirigem a correta posição dos outros dentes. Sua perda prematura gera distúrbios difíceis de serem reparáveis, não só estéticos, mas também aqueles prejudiciais à própria saúde e desenvolvimento harmônico da criança.
DENTIÇÃO MISTA E SUA CRONOLOGIA
A dentição mista é um importante periodo no desenvolvimento da criança, que vai dos 6 anos, quando erupciona o primeiro molar permante , até aos 11 - 12 anos quando erupcionam os caninos e os segundos prémolares.
A dentição mista completa, compreende os primeiros molares permanentes, e os quatro incisivos permanentes.
Dentes temporários: caninos e primeiros e segundos molares decíduos.
CRONOLOGIA DA ERUPÇÃO, DENTES PERMANENTES
O primeiro dente permanente a aparecer é o 1º Molar, que erupciona atrás dos dentes decíduos.
A seguir erupcionam os Incisivos Centrais e depois os Incisivos Laterais. Esta situação permanece algum tempo, e se chama dentição mista. Só a partir dos 10 anos surgem os prémolares os caninos permanentes.
Os 3° Molares (sisos) podem ser esperados depois dos 18 anos. Porém, sua erupção depende de que tenha espaço. Se o espaço é pouco ou muito pouco ele pode ficar incluso. Os dentes inclusos podem erupcionar tardiamente, quando há perda de um dos molares e ele ganha espaço.
NOTA: Esta sequência de erupção é relativamente constante, quando há inversão na sequência pode-se suspeitar que esteja ocorrendo algum empecilho para a erupção do dente atrasado. Isto pode ser um dente extra numerário ou posição anormal (anômala ou ectópica). Quanto as idades de erupção dos dentes há variações significativas que estão dentro da normalidade. Regra geral, igual a toda a maturação, o sexo masculino é um pouco atrasado em relação ao feminino.
OS DENTES DE LEITE DEVEM SER TRATADOS?
Eis outro aspecto importante. A pergunta deve ser respondida com a afirmativa: "Sim, devem ser tratados e muito bem tratados". Há vários motivos para isto, passamos a relatar alguns deles: 
 
É falsa a crença de que os dentes temporários não necessitam ser tratados, porque serão logo substituídos pelos permanentes, descuidam-se no seu tratamento. Nada mais irreal. A saúde dos dentes permanentes é uma conseqüência direta da saúde dos dentes temporários. Dentes temporários estragados e não reparados podem causar sérios danos aos dentes permanentes
O processo de cárie passa de um dente para outro. Assim, na dentição mista (onde estão presentes dentes decíduos e permanentes por um período de 4 a 5 anos) um dente-de-leite estragado compromete a integridade dos dentes permanentes
Em razão do tempo de utilização, os dentes de leite devem também ser tratados, como os permanentes. Senão vejamos. Alguns dos decíduos só serão substituídos 10 anos depois de nascerem. O segundo molar temporário, por exemplo, nasce aos 20 meses e é substituído aos 10 ou 11 anos. Este dente, quase sempre, quando não é tratado, nem cuidado, está completamente comprometido pela cárie aos 6 anos e fatalmente deverá ser extraído. Atentem bem, este dente só será substituído 4 a 5 anos depois. Portanto, esta criança, durante esse largo período, ficará prejudicada na mastigação, justamente em um período importante de sua vida, quando mais necessita dos complexos alimentares para o seu crescimento. Mais do que nunca, ela precisa alimentar-se bem e absorver bem os alimentos. Todos sabem que a digestão se inicia pela boca. Para que os alimentos sejam bem aproveitados no resto do aparelho digestivo, exige-se que esta primeira parte da digestão seja bem feita. A trituração perfeita dos alimentos, por uma mastigação também perfeita, possibilitará ao organismo uma fácil absorção dos alimentos e proporcionará o aproveitamento das substâncias fundamentais para o crescimento normal.
O dente-de-leite dói, do mesmo modo que dói o permanente. Todos sabem que uma dor de dente não é nada bom. Porque então deixarmos que nossas crianças sofram? Porque deixar que os dentes cheguem ao ponto de doerem? Mais ainda, dente cariado quando não dói espontaneamente, dói quando excitado pelo frio ou pelo calor. Quantas inapetências não se explicam pela dor de dente? Quantas preguiças de estudar não se explicam pela dor de dente? Quantas irritações "inexplicáveis" não se explicam pela dor de dente? São perguntas a serem meditadas, para que se tomem as providências necessárias
Já foi concluído, como vimos antes, que, dentes estragados e não tratados, trazem em conseqüência uma deficiente mastigação. Esta deficiência, além do problema alimentar que causa, provoca uma perturbação direta no crescimento dos maxilares, privando esta região dos estímulos benéficos da mastigação. Todos os órgãos, todos os tecidos, necessitam estímulos para crescerem, como necessitam estímulos para se conservarem sãos. Não é sem razão que os cientistas afirmam: "A função faz o órgão"
Os dentes-de-leite, extraídos prematuramente, não guardam espaço para seus correspondentes permanentes. Daí grande número de problemas ortodônticos: dentes tortos, que não são desejáveis, não só, pelo aspecto estético, como, também, porque estes dentes em má articulação são mais suscetíveis a cáries e problemas de gengivas. Os dentes muito juntos proporcionam maior acúmulo de placa bacteriana, a qual é determinante das cáries e dos problemas de gengiva. Além de que dentes apinhados "escondem" as cáries, e quando são descobertas já são grandes
O tratamento dos dentes-de-leite habitua a criança, desde cedo, aos bons hábitos de higiene dentária
Dentes estragados e infeccionados comprometem todo o organismo. Provocam a piofagia (engolimento de pus). Germes são levados pela corrente circulatória, localizando-se em diversas partes do organismo, muitas vezes atacando um órgão já debilitado
Os exames feitos nas crianças permitem, ao clínico geral ou o odontopediatra, verificar qualquer alteração na articulação dos dentes e encaminhar ainda em tempo ao ortodontista. Em alguns casos, os tratamentos ortodônticos podem ser iniciados muito cedo, com grandes benefícios para o paciente. E, não raras vezes, sem que seja necessário colocar aparelhos, outras atitudes proporcionam melhor posicionamento dos dentes. De qualquer maneira, o acompanhamento desde cedo possibilita parâmetros para um diagnóstico futuro. Não deixem, pois, para mais tarde, sem o planejamento e acompanhamento de um ortodontista. É sempre mais fácil ir retificando o crescimento da árvore, do que deixá-la crescer torta para depois endireitá-la
MEIOS DE CONSERVAR OS DENTES 
 
Alimentação:
Uma alimentação perfeita é primordial para a constituição de dentes sãos. Não é suficiente, e muitas vezes até desnecessário, dar cálcio. Muitos pais acreditam que, dando cálcio, está resolvido o problema para conseguir dentes fortes. Sem dúvida, o cálcio, um dos principais elementos da constituição dos dentes, é muito importante. Mas necessita ser aplicado na época oportuna, quando o dente está em formação. Além do cálcio, são importantes para a constituição de dentes fortes: fósforo, vitaminas, principalmente A, C e D. É mais desejável, porém, que esses elementos sejam fornecidos ao organismo através de alimentos, do que de drogas. Para isso, deve haver a orientação do médico pediatra
Escovagem dos dentes:
A escovagem deve iniciar-se, na criança, o mais cedo possível. A princípio, deve ser executada pela mãe, já que a criança, antes de ter habilidade suficiente para tanto, necessita de que seus dentes sejam limpos. Os fabricantes de escovas de dentes oferecem um tamanho infantil muito próprio e atrativo. A escovagem à noite é a mais importante, porque, durante a noite, há uma diminuição considerável de excreção salivar, que é um dos elementos naturais e benéficos de limpeza dos dentes
Fluoração:
Está comprovado, estatisticamente, que o flúor tem uma influência altamente significativa sobre os dentes, diminuindo a incidência de cáries. Pode ser administrado de duas maneiras: a) aplicações tópicas sucessivas, sobre a superfície dos dentes; b) ingestão prolongada de um sal de flúor diluído na água. Algumas cidades, inclusive Uruguaiana, adicionam flúor na água potável. Este segundo meio é consideravelmente mais eficiente, desde que o flúor seja ingerido quando os dentes estão em formação e por um período prolongado. No entanto, reputamos mais importante do que a aplicação tópica do flúor, ou mesmo do que sua ingestão, uma escovagem perfeita dos dentes
Exames Periódicos:
De 6 em 6 meses, os dentes devem ser examinados por um odontólogo, a fim de que as cáries sejam tratadas quando ainda incipientes
Tratamento Ortodôntico:
A correção dos dentes tortos não têm um resultado unicamente estético. Os dentes em má posição são altamente suscetíveis às cáries e à paradentose (vulgarmente chamada de piorréia)
Cuidado com os doces:
Os doces são gostosos, mas são um dos principais fatores coadjuvantes da cárie. Não podemos proibir as crianças de comerem doces. Sugerimos que comam quanto quiserem, mas de uma só vez, e logo depois, escovem bem os dentes
CONSELHO AOS PAIS 
 
Não manifestar seus próprios temores diante dos filhos. O medo, que muitas crianças apresentam na primeira visita ao consultório dentário, é devido, quase sempre, a ter ouvido relatos tenebrosos de "experiências" paternas
Não utilizar o dentista como ameaça. As célebres frases como "não incomoda, senão faço o dentista te arrancar um dente", ou, "faço o doutor te dar uma injeção". Fazem crer que estas coisas são tremendamente ruins, pois são oferecidas como castigos
Fazer os filhos se familiarizarem com o consultório dentário. Para isso, eles podem ser levados algumas vezes, como acompanhantes de alguma pessoa da família, que esteja em tratamento dentário. Isto, no entanto, deve ser feito com muito cuidado. De uma maneira completamente natural, sem chamar a atenção da criança para os aspectos negativos. É necessário ter cuidado até com as frases: "Viu que não dói nada ". A palavra dor não deve ser mencionada. A criança deve ser levada ao consultório dentário, da mesma forma como é levada pela mãe quando vai ao cabeleireiro ou à manicure
Fazer com que seus filhos valorizem os bons dentes e que se sintam orgulhosos de tê-los bem limpos e tratados
Não levar a criança ao consultório, a primeira vez, quando ela está com dor. Esta é uma falta imperdoável dos pais. Uma criança que chega ao consultório com dor, obriga o profissional a nela intervir sob condições completamente adversas, em um tecido dolorido e sem a confiança do pequeno paciente. Isto pode causar um traumatismo psíquico, que será levado por toda vida. A criança deve iniciar os exames dentários aos 3 anos e depois, periodicamente, de 6 em 6 meses. Ainda que tudo pareça normal. Assim, ficará familiarizada com o odontólogo e, este, não terá necessidade de usar intervenções imediatas, dedicando algumas sessões, apenas, para conseguir a simpatia e confiança da criança, o que é fundamental para o tratamento dentário.