quinta-feira, 31 de março de 2011

Clareamento dental sem orientação pode causar até queda dos dentes

A procura por clareamento dental cresce a cada dia no Brasil. Trata-se de um método odontológico para deixar os dentes mais brancos e tirar o corante alimentar dos dentes, que se acumula com o passar do tempo.

O problema é que é uma prática que vem dando uma dor de cabeça a mais para os dentistas. Trata-se da utilização do kit de clareamento sem a orientação adequada, por parte de quem não quer gastar o necessário, ou busca mais rapidez, e deixa de fazer o tratamento da forma correta.

O método é considerado inapropriado pelos profissionais da área, já que a substância clareadora pode causar danos irreversíveis aos dentes do usuário. O problema é que não há um controle e a venda desses tipos de produtos fica bem facilitada, comercializados em lojas e pela internet.

Segundo a dentista capixaba Karla Capeli, a reabsorção é o mais grave problema e pode causar queda dos dentes. “A reabsorção é quando a substância provoca um desgaste, é difícil de parar e causa a perda do dente. Quando o tratamento é feito adequadamente, o dentista faz uma limpeza nos dentes da pessoa, que pode ter uma rachadura ou alguma inflamação na gengiva”, disse.

Outros fatores que podem surgir com a utilização dos produtos sem o controle de um profissional são a hipersensibilidade e a aparição de cáries. Como a substância entra nas porosidades dentárias e atua como se fosse um ácido, causa um desgaste e fragilização no dente, que vai enfraquecendo aos poucos.

Na procura pela praticidade e mais rapidez, o consumidor pode acabar prejudicado seriamente e causar problemas irreversíveis. Portanto, a recomendação para quem quer ficar com um sorriso mais bonito e de forma segura, é procurar um especialista e evitar o auto tratamento.

Tratamento ortodôntico para alinhamento dos dentes

A Associação Americana de Ortodontia informa que, nos Estados Unidos, cerca de 4,5 milhões de pessoas usam aparelhos para corrigir a posição dos dentes e ter um sorriso bonito e saudável1.

Como você sabe, o ortodontista é um dentista com uma especialização clínica complementar no tratamento das más oclusões (mordidas erradas), as quais podem ocorrer devido à falta de alinhamento dos dentes e problemas nas arcadas.

Por que os dentes ficam tortos?

O cirurgião dentista Terry Pracht, ex-presidente da Associação Americana de Ortodontia, afirma que os dentes tortos e os problemas de mordida têm sua origem tanto em fatores hereditários como em fatores ambientais. O Dr. Pracht diz que os fatores hereditários respondem inclusive pelo apinhamento dentário, diastema (grandes espaços entre os dentes) e más oclusões. Ele também menciona que os dentes tortos podem ser causados pelo hábito de chupar o dedo e pela protrusão lingual, além de problemas nas arcadas decorrente de acidentes(1).


Quais as opções de tratamento para alinhar os dentes ou corrigir más oclusões?

O tratamento ortodôntico tem três estágios. O primeiro é aquele no qual os aparelhos são usados para ganhar espaço na boca. Por exemplo, os expansores palatais são usados para aumentar a largura do palato, e, as barras linguais, para expandir a arcada inferior. O estágio seguinte é o da correção ativa, no qual os aparelhos são colocados nos dentes. Neste estágio, os dentes são ajustados e alinhados e as más oclusões são corrigidas no decorrer de um período que depende do grau de irregularidade dos dentes e da severidade dos problemas das arcadas. O terceiro estágio é o da retenção, no qual, depois que o aparelho é removido, os dentes são monitorados por meio do uso de um retentor (fixo ou removível) e das visitas ortodônticas semestrais.


Tipos de aparelhos

Os aparelhos de trinta ou mais anos atrás eram grandes bandas de metal enroladas e cimentadas em cada dente. O aparelhos podem ser colocados na face externa ou interna dos dentes, dependendo da recomendação do ortodontista. Os bráquetes, arcos e bandas apresentam-se em diversas cores, à escolha dos adolescentes.

Atualmente, pequenos bráquetes de metal ou cerâmica são fixados, com cimento específico, na superfície externa dos dentes, podendo-se usar bandas de metal nos dentes posteriores. Os arcos colocados dentro dos bráquetes são feitos de uma liga de níquel e titânio que esquenta de acordo com a temperatura da boca, permitindo a aplicação constante de pressão sobre os dentes quando ajustados no consultório do ortodontista.

Um aparelho alternativo e de uso mais recente é o sistema Invisalign, que consiste em uma série de alinhadores removíveis usados durante o dia e à noite para ajudar na correção. Os alinhadores podem ser removidos antes da escovação ou do uso do fio dental. 

Cuidado dos aparelhos

O ortodontista ou dentista dará a você todas as informações sobre como higienizar corretamente seu aparelho. Há várias escovas manuais (especialmente projetadas para pacientes ortodônticos), movidas a bateria, elétricas e sônicas que podem ser usadas. Pergunte ao dentista qual é a melhor para o seu caso. Escove ao menos duas a três vezes por dia, em ângulo de 45 graus com movimentos de vai-e-vem. Remova a placa bacteriana na linha da gengiva para evitar gengivite (inflamação do tecido gengival). Coloque a escova em ângulo na linha da gengiva e escove suavemente ao redor do aparelho para remover a placa bacteriana e os resíduos alimentares.

É muito importante higienizar entre os dentes, se houver espaço, usando fio dental e um passa fio, um stimudent (palito limpador) ou uma proxabrush (escova interdentária). Os irrigadores bucais são recomendados para a remoção de resíduos alimentares e irrigação do tecido gengival para eliminar a gengivite e as bactérias causadoras de mau hálito. Também podem ser usados um creme dental antibacteriano e um enxaguatório bucal, com o irrigador ou isoladamente.


Com o manter o sorriso depois de retirar o aparelho?

Depois que seu ortodontista determinar a remoção de seu aparelho, é importante usar um retentor (um dispositivo de plástico) durante o dia ou à noite, de acordo com a recomendação profissional. A higienização do retentor pode ser feita com água ou creme dental e escova, logo depois do uso. Quando não estiver sendo usado, o retentor deve ser guardado em um estojo de plástico.

Combine com seu dentista a profilaxia profissional semestral e com seu ortodontista as consultas regulares de manutenção.

Especialista fala sobre mitos e verdades do flúor

Há 25 anos, a cidade de São Paulo, dentre outras, conta com um aliado eficaz para reduzir o índice de cáries entre a população: a diluição de flúor na água. Segundo o professor Jaime Aparecido Cury, da Faculdade de Odontologia da Unicamp, esta foi uma iniciativa acertada dos administradores públicos.

No entanto, segundo ele, a população não deve pensar que apenas ingerido a água fluoretada estará livre do problema. É preciso investir na higiene pessoal e também na educação das crianças pára que este deixa de ser uma preocupação da saúde pública brasileira.

O especialista ministra o curso “Flúor: mitos e realidade de seu uso coletivo, pessoal, profissional e das suas combinações”, nos congressos em que participa.
Abaixo, Cury fala sobre o fluor, seus benefícios e os mitos que o cercam:

:: O que é o flúor?

Jaime Aparecido Cury: O flúor é um mineral natural encontrado largamente na natureza. Além disso, ele tem sido usado mundialmente na prevenção de cárie dentária.

:: Como o flúor atua no controle da cárie?

Cury: A cárie é provocada por dois fatores: a organização de bactérias bucais na superfície dos dentes (formando a chamada placa bacteriana ou biofilme dental) e a exposição frequente à açúcares da dieta.

O açúcar consumido é transformado em ácidos pelo biofilme dental, provocando a dissolução dos minerais dos dentes por um processo chamado de desmineralização. A desmineralização ocorrida é parcialmente reparada pela saliva por um processo inverso, conhecido por remineralização. Se o flúor estiver presente na boca ele reduz a desmineralização e ativa a remineralização dos dentes reduzindo o efeito final do processo de desenvolvimento de cárie.

:: Quais são os meios de aplicação de flúor?

Cury: Existem meios coletivos, individuais, profissionais e suas combinações. A fluoretação das águas de abastecimento público é um importante meio de uso coletivo do flúor no Brasil. A Lei Federal nº 6.050, de 24/05/1974, determina que toda cidade com estação de tratamento de água deve agregar flúor na sua água. Os meios individuais incluem dentifrícios e soluções para bochecho diário. Há produtos com alta concentração de flúor para a aplicação profissional e materiais restauradores liberadores de flúor.

Dependendo do caso, o cirurgião-dentista pode recomendar o uso combinado dos meios de flúor para pessoas que têm dificuldade para controlar o processo de cárie (pessoas com alta exposição a carboidratos fermentáveis, principalmente a sacarose, que usam aparelho ortodôntico, têm pouca saliva devido ao uso de medicamentos, etc). Um exemplo de uso combinado é fazer a escovação com dentifrício fluoretado e bochecho com solução fluoretada. Do mesmo modo, a aplicação de flúor pelo cirurgião-dentista é recomendada para pacientes que não fazem auto-uso de flúor, quer seja por questão de comportamento ou deficiência física ou mental.

:: Qual a concentração de flúor na água fluoretada? Existe alguma forma de se calcular essa concentração referente à quantidade da população de determinado local?

Cury: A concentração de flúor a ser adicionada na água é feita segundo cálculo matemático que considera a temperatura média anual da localidade. Se as pessoas bebem mais água porque está mais calor, a concentração do flúor na água deve ser menor. No Brasil, por ser um país tropical, a concentração “ótima” de flúor na água da maioria das cidades é de 0,7 ppm (mg/L).

:: Pode-se aumentar ou diminuir a concentração de flúor na água de acordo com o índice de cárie na população?

Cury: Não. Em locais com alta prevalência de cárie, uma maior concentração de flúor não é indicada porque irá aumentar a fluorose dentária - único efeito colateral da ingestão da água fluoretada, a qual ocorre durante a formação dos dentes. A fluorose é percebida pelo aparecimento de linhas brancas transversais no esmalte dos dentes. Já uma menor concentração reduz o efeito anticárie do flúor.

:: A pessoa que vive em uma cidade com água fluoretada mas bebe água mineral não se beneficia com a fluoretação?

Cury: Mesmo quem não consome água de abastecimento público fluoretada é beneficiada, porque geralmente cozinha com essa água. Assim, refeições com arroz e feijão cozidos com água fluoretada são responsáveis por 50% da quantidade de flúor ingerido por dia.

:: Crianças menores de dois anos podem usar dentifrícios fluoretados?

Cury: A presença de flúor em creme dental é considerada essencial para controlar a cárie, portanto, a criança que não usa dentifrício fluoretado estará sendo privada do benefício anticárie do flúor. Para diminuir o risco de fluorose, deve ser usada uma pequena quantidade (equivalente a um grão de arroz cozido) de dentifrício de concentração convencional (1000-1100 ppm de flúor) e a escovação deve ser supervisionada pelos responsáveis pelas crianças até que elas possam cuidar de si próprias; um processo educativo como qualquer outro.

Gestante e saúde bucal: orientações básicas

Conheça algumas orientações para que você, gestante, cuide de sua saúde bucal e, consequentemente, do seu bebê:

  1 - O pré-natal é muito importante para uma gravidez saudável, na prevenção de problemas buco-dentais e no desenvolvimento normal do seu futuro bebê e você é responsável pela saúde bucal de seu filho;

2 - Cárie e doenças gengivais são conseqüências de hábitos alimentares inadequados associados a uma higiene oral precária e ineficiente. Na boca existem bactérias que causam a cárie. Elas aproveitam os restos de alimentos (açucares) que ingerimos para se desenvolverem. A escovação dos dentes e o uso de fio dental são as maneiras mais eficazes de limpar os dentes e combater a placa bacteriana e as doenças bucais como cárie, gengivite e inflamação periodontal. A placa bacteriana é uma película fina que adere ao dente. Aos poucos, com o auxílio dos restos de alimentos e da má higiene bucal, fica cada vez mais espessa. Em contato com o dente, retira a proteção contra o ataque das bactérias e abre caminho para a formação das cáries. Se não for removida, a placa bacteriana pode irritar a gengiva ao redor dos dentes, causando gengivite (as gengivas ficam vermelhas, incham e sangram), periodontite e até a perda dos dentes. Portanto evite a formação da placa bacteriana através de uma boa higiene bucal;

3 - Na gravidez é muito importante a manutenção de dentes saudáveis e os cuidados são os mesmos de uma mulher não grávida:

a) Escove os dentes pelo menos três vezes ao dia (após as refeições) para remover a placa bacteriana da superfície dos dentes; 
b) Use fio dental diariamente. É importante a remoção da placa bacteriana que fica entre os dentes e sob a gengiva, onde a escova não alcança; 
c) Evite consumir alimentos com muito açúcar e amido (doces e pães); 
d) Não coma doces antes de dormir. A saliva não é ativada durante o sono e, portanto, o ataque ao esmalte dos dentes é muito maior neste período;
e) Para manter o hálito puro, escove também a língua, pois as bactérias ficam alojadas nela; 
f) Visite o dentista regularmente e peça uma limpeza dos dentes;

4 - Você determinará os padrões e hábitos que o seu bebê terá no futuro. O desenvolvimento do paladar de seu bebê está diretamente ligado a sua dieta, portanto se você tiver um consumo exagerado de açúcar, estará despertando o gosto por alimentos açucarados no futuro bebê. 0 açúcar natural dos alimentos já é suficiente para a sua saúde e o desenvolvimento do bebê;

5 - Para garantir uma boa estrutura dental ao futuro bebê, você deve fazer um controle de sua dieta consumindo alimentos ricos em minerais, fibras e proteínas tais como: carnes, ovos, verduras, frutas, leite e derivados. Além disso, é recomendável ingerir alimentos com cálcio e fósforo durante a fase de formação do bebê e é importante consumir alimentos rígidos (como as frutas), evitando-se alimentos açucarados. Além disso, é importante ter horários fixos para alimentação, evitando alimentar entre as refeições;

6 - Os dentes de leite começam a se formar a partir da 6º semana de gestação e os dentes permanentes, a partir do 5º mês de vida intra-uterina. As carências nutricionais, infecções e uso de certos medicamentos podem acarretar problemas no desenvolvimento normal dos dentes que estão no período de formação.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Mau hálito pode ter várias origens e deve ser tratado por especialistas

Segundo especialistas, pelo menos 25% da população sofre com mau hálito. Patrícia se especializou no assunto e diz que a maior parte das causas está na própria boca. “Caries, entre outras doenças bucais que nós temos. Ausência de dentes, próteses mal higienizadas ou antigas, que já não estão mais atendendo adequadamente”, explica Patricia Oliveira de Lima, especialista em fisiologia oral.

Quando um desses fatores ocorre, há a produção de gases que causam o mau cheiro. Os compostos podem vir também do nosso corpo.

Segundo especialistas, 10% dos casos de mau hálito são causados por problemas no organismo como diabetes, problemas nos rins, fígado e gastrointestinais. Uma pesquisa feita na faculdade de odontologia da Unicamp mostra que o stress e a tensão pré-menstrual também podem aumentar o mau hálito.

Até o que você come pode agravar o problema. “A pessoa que come muita cebola, alho, repolho, brócolis. Excesso de carne, pessoas que ingerem pouco líquido, pouca água”, explica Patrícia.

Para resolver o mau hálito é fundamental saber a origem e o exame é simples. Máquinas medem os gases presentes na boca.

Vanessa aceita fazer o teste. O resultado chega quase ao limite e ela é honesta. “Eu escovo na parte da manhã, na hora do almoço eu não escovo. Depois escovo à noite”, diz.

No caso dela a solução é a higiene da boca. Sempre que comer, tem que passar o fio dental, escovar os dentes e limpar a língua: pode ser com a própria escova ou com um limpador.

Já nos casos de problemas no organismo, o tratamento deve ser acompanhado por outros médicos e pode ser demorado.

Quando sentir que um amigo não percebeu que tem mau hálito, dê um jeitinho avisar. É uma questão de saúde e não de constrangimento.

Segundo os dentistas, é normal o mau hálito da manhã porque a gente fica sem comer por um longo período e há baixa produção de saliva quando estamos dormindo.

Odontologia Legal

A identificação humana pós-morte é uma das grandes áreas de estudo e pesquisa da Medicina e Odontologia Legal, pois as duas ciências trabalham com o mesmo material, ou seja, o corpo humano, em vários estados do pós-morte (esquartejado, dilacerado, carbonizado, macerado, putrefeito, em esqueletização e esqueletizado), sempre com o mesmo objetivo, ou seja, estabelecer a identidade humana.

O Odontolegista atua em todos os níveis periciais, e como tal, pode ser nomeado pelo Juiz para atuar em perícias criminais e civis, além de poder ser nomeado como assistente do réu ou da vítima.

A ciência avançou, a Odontologia Legal avançou
As técnicas de DNA abriram uma grande perspectiva para o dentista, porque até mesmo naqueles casos onde o vestígio humano é ínfimo, ele tende ser sempre ou quase sempre os dentes, pois eles são as peças mais resistentes do corpo humano. Sabemos que dentes resistem muito mais que outro tecido à degradação pós-morte e às variações de temperatura e pressão. Então, o dentista é constantemente chamado porque além da tradicional identificação de arcadas, que é rápida, simples e barata, ele tem a possibilidade de executar a identificação por meio dos exames de DNA das peças mais resistentes do organismo, os dentes.

A chegada do DNA na investigação em Odontologia Legal
Vimos por esses casos realmente históricos e em milhares de outros eventos (guerras, acidentes aéreos, incêndios, assassinatos acompanhados pela imprensa) que \"análises odontológicas foram um determinante seguro na procura por identificação de restos humanos específicos nos últimos séculos. No final dos anos 80 - do século 20 - apareceu uma notável tecnologia que integra um fato curioso sobre o gênero humano, esmalte e odontologia legal, diz o dr. Harold Slavkin, do National Institute of Dental Research (NIDR), em Bethseda, Maryland, EUA.

Não somente as formas, contornos e tamanhos dos dentes humanos indicam o sexo biológico, avanços científicos recentes patrocinados pelo NIDR mostram que a mais importante proteína encontrada no esmalte humano - amelogenina - tem uma \'assinatura\' diferente (ou tamanho e padrão da seqüência de nucleotídeos) no esmalte de homens e mulheres. A diferença no tamanho e padrão desse dois genes é bastante suficiente para ser usada como um determinante eficiente de sexo em amostras muito pequenas de DNA obtidas de esqueletos e restos humanos.

Confiável e barato, o método de identificação dentária permanece como o mais consistente, já nas situações onde registros dentários não são disponíveis as amostras de DNA são a estratégia ideal, o que se vê constantemente em casos de investigações criminais e jurídicas.

No passado, confiamos em impressões digitais, métodos odontológicos, radiológicos e patológicos para identificação, agora, em adição a esses métodos, as ferramentas da biologia molecular estão sendo usados com uma freqüência cada vez maior, e a identificação vem sendo baseada em tipificação de DNA, uma nova abordagem para a busca da identidade.

Atletas que tratam os dentes têm maior desempenho esportivo

Uma simples dor de dente, por mais sutil que seja, pode fazer a diferença em uma prova decisiva de natação, por exemplo. Isto porque a saúde da boca envolve mecanismos que abrangem várias funções do corpo, como respiração e circulação.

O COB-Comitê Olímpico Brasileiro já havia notado a importância de um acompanhamento dentário em atletas na comissão de Medicina Esportiva para os jogos de Atenas, quando especialistas no Brasil começaram a prestar serviços particulares a esportistas de clubes, academias e federações.

A Odontologia Desportiva é uma área com fortes chances de expansão, dada a importância não só no tratamento de doenças, como também na prevenção. Basta lembrar de um fato curioso ocorrido em 1996: Ronaldinho, eleito o melhor jogador do mundo, quase foi dispensado do São Cristóvão, time que defendia aos 15 anos de idade, graças ao baixo desempenho esportivo. Não era por acaso: tinha dois canais e uma grave falha ortodôntica, que o fazia respirar pela boca, comprometendo seu condicionamento aeróbico. Foi por este e outros episódios que nasceu a Associação Brasileira de Odontologia Desportiva, fundada por dentistas de todo país, com um enfoque multidisciplinar, incluindo palestras e cursos a profissionais que desejam se aprofundar no assunto.

Segundo o cirurgião-dentista Leonardo Marchini, formado pela FOSJC-UNESP, os atletas precisam de um tratamento diferenciado, não só para cuidar de eventuais doenças, como para prevenir traumas nos dentes. “A odontologia desportiva oferece protetores bucais e placas de mordida que variam conforme o tipo de esporte. Eles podem ser encontrados tanto em lojas de material esportivo como ser confeccionados por dentistas em laboratórios, de acordo com a necessidade de proteção do atleta. Normalmente, esportes radicais, lutas marciais e competições de quadra são os que mais expõem os dentes a fraturas“, explica o dentista.

Dados curiosos divulgados pela National Youth Sports Foundation, revelaram que cerca de 5 milhões de dentes são perdidos por ano em atividades esportivas. Outra fonte de pesquisa, a ADA-American Dental Association-constatou que pelo menos 200 mil traumas são evitados devido aos protetores bucais. Não é em vão que dentistas e fabricantes do produto estão investindo pesado nesta forma de prevenção.

Mas quando prevenir não é suficiente, dentistas desportivos devem ter aparatos para tratar os traumas quando eles já tiverem ocorrido. “Aí fica a cargo do profissional recorrer a tratamentos restauradores diretos ou indiretos, que envolvem próteses, facetas e inscrustações”, explica o Dr Leonardo.

A cirurgia-dentista Ana Paula Falcão, formada pela Universidade de São Paulo, presta assistência particular a atletas e também acredita que dor e desconforto causados por problemas odontológicos são suficientes para prejudicar o desempenho e falta de concentração. “É possível associar sintomas físicos a problemas bucais, principalmente pulpite e dores orofaciais. Além disso, respiração feita pela boca pode agravar o problema. Se realizado em conjunto com a otorrinolaringologia e fonoaudiologia, o acompanhamento odontológico pode tratar formas respiratórias inadequadas”, afirma a especialista.

Uma vez que a consciência da importância odontológica nos esportes vem aumentando, acredito que a tendência de aprofundamento e especialização neste campo vai crescer nos próximos anos, especialmente no Brasil, afirma Dr Ana Paula.

Implantes são nova fronteira de investimentos

Entre as áreas da odontologia, há uma que apresenta especial potencial de crescimento. Trata-se da implantodontia, que cuida da colocação de pequenos pinos de titânio na mandíbula do paciente que servem como base para o encaixe de dentes perdidos. Neste ano, deverão ser realizados 2,5 milhões de implantes no País. E a expectativa do setor é que esse número praticamente dobre nos próximos três anos.

O otimismo pode ser explicado pelo imenso número de potenciais pacientes. Segundo dados do Ministério da Saúde, 30% dos brasileiros entre 35 e 44 anos não têm nenhum dente. A situação é ainda pior entre os idosos. Cerca de 75% das pessoas com mais de 65 anos são completamente desdentadas.

Ao mesmo tempo, apenas 15% dos dentistas brasileiros estão habilitados para colocar implantes. \"A tudo isso soma-se o aumento da renda das classes baixas. Para essas pessoas, ter os dentes de volta tornou-se um sonho de consumo\", diz Ariel Lenharo, fundador da fabricante de implantes e peças para próteses Sistema de Implante (SIN).

Há quatro meses, Lenharo vendeu 75% do capital da SIN para o fundo de investimentos latino-americano Southern Cross, que administra US$ 1,5 bilhão em ativos. Com o novo sócio, a empresa, que fatura cerca de R$ 100 milhões, pretende aumentar as exportações para a América Latina e investir em pesquisa para acelerar o tratamento dos pacientes.

Outro grupo que investiu recentemente nessa área foi o GP Investimentos. Em 2008, o fundo tornou-se o principal acionista da Imbra, maior rede de consultórios para implantes odontológicos no País. No fim do ano passado, o fundo aumentou sua aposta na empresa, com um segundo aporte no valor de R$ 50 milhões.

Preocupada em tirar proveito desse mercado, a Sorridents deve triplicar o número de dentistas habilitados para fazer implantes até o fim do ano. \"Temos a demanda dos clientes, mas não damos conta de atender\", diz Carla Sarni, proprietária da rede. Para aumentar a presença na área, porém, a empresa precisará fazer ajustes em seu atual modelo de negócios.

O primeiro será a criação de um conselho consultivo formado por especialistas para orientar os dentistas. Como são procedimentos complexos, a ideia é proteger a empresa de possíveis ações judiciais. A segunda mudança está na forma de pagamento. Um tratamento para o implante de todos os dentes custa até R$ 15 mil. Para tornar o valor acessível, a empresa tenta um acordo com financeiras dispostas a assumir o risco desse tipo de serviço. M.C.

PAÍS DOS DESDENTADOS
30% é o número de brasileiros, entre 35 e 44 anos, que não têm nenhum dente
75% é o número de brasileiros com mais de 65 anos que não têm nenhum dente

terça-feira, 29 de março de 2011

Laser de pulso ultracurto permite tratamento odontológico mais preciso

O uso odontológico de lasers com pulsos ultracurtos, experimentado na Faculdade de Odontologia (FO) da USP, poderá realizar remoção de cárie de modo mais preciso  e sem causar grandes alterações na superfície dos dentes. No método testado pela dentista Marina Stella Bello Silva, os pulsos mais rápidos atingem uma área menor e possuem uma interação diferenciada com a superfície, que não coloca em risco o tecido dental.  A técnica, ainda não adotada clinicamente, poderá ser usada em aplicações que os lasers comuns não são adotados, como preparo de sítio de implantes e em microcirurgias.

Pulsos mais rápidos possuem interação diferenciada com a superfície, que não põe em risco tecido dental
Os lasers de érbio, usados atualmente em odontologia, emitem pulsos da ordem de microssegundos (1.10-6 segundos), ou seja, cerca de 1 milhão de vezes mais curtos que um segundo. Os lasers de pulsos ultracurtos são empregados na indústria automobilística e de biomateriais, bem como nas modernas cirurgia oftamológicas para correção de miopia. “A pesquisa experimentou pulsos da ordem de picossegundos (1.10-12 segundos) e femtossegundos (1.10-15 segundos), respectivamente 1 milhão e 1 bilhão de vezes mais curtos que os equipamentos atualmente disponíveis na Odontologia”, descreve a dentista.
O calor emitido pelo laser convencional durante a remoção de cáries pode causar danos nos tecidos adjacentes à área tratada. “Por meio de um processo conhecido como ablação, a energia do laser absorvida pela água do tecido irradiado sofre uma microexplosão”, diz Marina. “Cada pulso gera uma cavidade de 400 a 600 micrômetros, resultando em uma superfície irregular e alterando significativamente a subsuperfície”.
Os lasers de picossegundos e femtossegundos causam um aumento máximo de 4 graus na temperatura dos tecidos (o nível considerado seguro para a polpa do dente é de 5,6 graus), sem necessidade de refrigeração, obrigatória no laser de érbio. “Com os pulsos mais curtos, a interação do laser não depende tanto  do material, pois se dá em um nível enérgetico extremamente alto , com a formação de plasma”, explica a dentista. “Assim, é possível fazer cortes mais precisos, de até 2 micrômetros, sem afetar a subsuperfície ”. Os melhores resultados para os pulsos ultracurtos foram obtidos com comprimento de onda na faixa do infravermelho , com irradiação de 100 kilohertz (100.000 pulsos por segundo).
Adesão
No tratamento com o laser convencional, a restauração do dente com a aplicação de resina necessita de um tratamento prévio da superfície, para melhorar a adesão. “Se a adesão não for boa, há risco de infiltrações, que podem provocar recidiva de cárie”, conta Marina. “Com o uso dos pulsos ultracurtos, que não danificam  a superfície, verificou-se boa adesão sem necessidade de condicionamento adicional da área em que a resina é aplicada”, conta Marina.
De acordo com a dentista, as pesquisas contribuirão para o desenvolvimento de uma odontologia minimamente invasiva. “A nova técnica mantém as vantagens do laser, como a redução microbiana e a remoção seletiva das cáries”, destaca. “Ao mesmo tempo, é possível tratar apenas a parte cariada do tecido do dente, preservando ao máximo as áreas sadias”, destaca.
Marina observa que os estudos com lasers de pulsos ultracurtos em odontologia ainda estão na fase incial. “Serão necessários alguns anos para se desenvolver uma peça de mão que dê acesso à cavidade oral e permita a sua utilização”, aponta. “A precisão da técnica poderá levar no futuro ao desenvolvimento de aplicações em que o laser não é utilizado atualmente, como preparo de sítios para implantes e em microcirurgias”.
A pesquisa com os lasers é descrita na tese de doutorado de Marina Stella Bello Silva, defendida simultaneamente na FO e na Universidade de Aachen (Alemanha), e apoiada pela FAPESP, CAPES e DAAD. No Brasil, o trabalho teve a orientação do professor Carlos de Paula Eduardo, do Laboratório Especial de Laser e Odontologia (LELO) do Departamento de Dentística da FO. Na Alemanha, o trabalho foi realizado sob a orientação do professor Friedrich Lampert, da RWTH Aachen University, em parceria com Dr. Martin Wehner, do Centro de Laser do Instituto Fraunhofer (ILT, Aachen).
Mais informações: marinastella@hotmail.com

Cancer bucal: Prevenção é o melhor caminho

Dados oficiais indicam que o câncer de boca é o 3º mais frequente nos homens e o 7º nas mulheres, sendo que aproximadamente 10% de todos os tumores que ocorrem em nosso País têm origem e se desenvolvem em suas estruturas e seus anexos. A placa branca pode aparecer no lado interno da bochecha, na gengiva ou língua e está muitas vezes associada ao fumo ou dentaduras mal-ajustadas e dentes quebrados. “É preciso manter-se atento, porque cerca de 5% dos casos de leucoplasia se tornam câncer”, esclarece o cirurgião-dentista José Tarcísio Borges.
Para prevenir o mau hálito, o ideal seria comer em intervalos de duas a três horas, manter boa higienização e ingerir bastante água. Porém, Borges explica que é sempre importante manter o contato com o dentista periodicamente para que ele faça as
avaliações necessárias.
Aftas não são contagiosas, mas muitas vezes são confundidas com herpes, problema causado por um vírus contagioso.
Fatores como estresse, trauma, alergias, cigarro, deficiências de ferro ou vitaminas e tendências genéticas também tornam a pessoa mais susceptível ao mau hálito, às lesões bucais e até mesmo ao câncer. Como prevenção, é recomendável a adoção de dieta equilibrada, rica em vegetais e frutas, com pouco açúcar e amido, menos álcool, promover a higiene bucal e fazer uma consulta odontológica de controle uma vez por ano. E não esquecer de proteger os lábios contra a exposição a
o sol.

Fonte: Jornal da manhã

Chicletes de nicotina aumentam risco de câncer de boca

O primeiro estudo a analisar os ingredientes complexos contidos em produtos a base de tabaco, mas que não são cigarros, alerta que seu uso tem o potencial de causardoenças na boca como câncer e cáries. Um dos exemplos mais comuns, já disseminado no Brasil, são os chicletes de nicotina, indicado para fumantes que pretendem largar o vício ou poder mantê-lo em lugares fechados.

A análise dos pesquisadores, liderados por John V. Goodpaster , descobriram que os produtos contêm principalmente nicotina e uma variedade de ingredientes aromatizantes e edulcorantes, que podem prejudicar a saúde dos dentes. Outros ingredientes dissolvidos nos produtos têm chance de aumentar o risco de cáries. Um deles, a cumarina, foi banida como agente aromatizante em alimentos, devido à sua ligação a um risco de danos no fígado.

Diante disso, os pesquisadores observaram inúmeras evidências científicas sobre os potenciais efeitos adversos que a própria nicotina pode causar que vão desde doenças gengivais ao câncer de boca.

- Os resultados aqui apresentados são os primeiros a revelar a complexidade dos produtos com tabaco solúvel e pode ser utilizado para avaliar os efeitos adversos a saúde. É importante compreender alguns dos possíveis efeitos toxicológicos de alguns dos ingredientes desses produtos.

A própria embalagem dos produtos indica outro fator perigoso. Segundo Goodpaster, elas podem ser confundidas com embalagens de guloseimas.

- As embalagens e o design desses produtos também podem ter apelo para as crianças, e alguns podem ser confundidos com doces.

Autoridades de saúde norte-americanas investigam essas evidências e mostram-se preocupadas se esses produtos que se dissolvem na boca perto da boca e gengivas são de fato uma alternativa segura ao cigarro.


Fonte: R7

Inibição de proteína pode levar a nova terapia contra câncer de cabeça e pescoço

A inibição de uma proteína específica do câncer de boca pode levar a novos tratamentos para pacientes que sofrem de câncer de cabeça e pescoço. A descoberta é de pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Resultados de testes em laboratório mostram que quando a expressão da proteína SIRT3, ou Sirtuin-3, é inibida em células de câncer de boca a proliferação das mesmas é interrompida e elas morrem.

Além disso, quando os pesquisadores suprimiram a proteína nas células cancerosas e combinaram isso com o tratamento com radioterapia ou quimioterapia, o efeito sobre as células cancerosas foi ainda maior.

Os ratos que foram injetados com o inibidor de câncer de boca apresentaram redução de 75% nos tumores comparados aos ratos normais injetados com células de câncer de boca normal.

A equipe de pesquisa começou então a olhar para o grupo Sirtuin de proteínas, já que alguns estudos sugerem que elas são reguladoras-chave da integridade e da sobrevivência celular.

"Nós pensamos que talvez as células do câncer, porque são muito espertas, também pudessem usar a capacidade dessas proteínas para aumentar a sua própria sobrevivência", afirmou a líder do estudo, Yvonne Kapila. "Com o câncer bucal, muitas vezes, o problema é a dificuldade de detecção precoce, assim, quando diagnosticado numa fase tardia, o câncer se torna muito agressivo. Se alguém puder encontrar uma maneira de desenvolver tratamentos adaptados a essas situações agressivas, obviamente, você tem uma chance muito maior de sobrevivência."

Ela acrescentou que as taxas de sobrevivência de câncer bucal não mudaram nas últimas décadas, por isso há um grande desejo da comunidade científica para encontrar tratamentos mais eficazes.

Algumas pesquisas mostraram que as proteínas SIRT1 e SIRT3 podem suprimir, ao invés de apoiar, o crescimento do tumor, por isso é importante lembrar que cada caso é diferente.

"Se as pessoas acham que no câncer de mama elas são supressoras e tratamos pacientes com uma supressão adicional de SIRT3, podemos fazer mais mal do que bem", afirmou Kapila.

A pesquisadora salientou que os resultados são muito preliminares. "Estamos longe de ter qualquer tipo de tratamento neste momento", afirmou.

O próximo passo dos pesquisadores será olhar para SIRT3 em animais maiores e, em seguida, proceder a testes com humanos.

Fonte: Saude.net

segunda-feira, 28 de março de 2011

Fumo e perda de dentes estão relacionados

O fumo pode sim provocar a perda de dentes. Pesquisas em todo o mundo já comprovaram que o tabagismo está diretamente relacionado à maioria das doenças da boca, inclusive ao carcinoma epidermóide, que é o principal tipo de câncer bucal.

Estudos evidenciam que quem fuma tem quatro vezes mais chances de contrair periodontite, doença que causa a destruição do osso que sustenta os dentes. Isto porque o fumo aumenta a descamação da mucosa oral, provoca aquecimento da gengiva e inflamação do tecido, com consequente destruição do tecido ósseo, podendo resultar na perda total do dente.

Dependendo da gravidade do caso (tempo de fumo, volume e falta de cuidados com a higiene bucal) a destruição do tecido ósseo pode chegar ao ponto de impedir a colocação do implante. Se o hábito de fumar persistir e a pessoa não tomar os cuidados necessários para manter a boca saudável, pode perder inclusive o implante já feito.

A perda do dente é um processo lento e antes de ele ficar evidente o fumante sofre outros problemas bucais. Um estudo realizado por Elizabeth Krall Kaye, Ph.D., epidemiologista e professora de política de saúde e serviços de pesquisa em saúde na Boston University's School of Dental Medicin, constatou que pessoas que fumam cigarro têm uma probabilidade até 70% maior de precisar fazer tratamento de canal (endodôntico) quando comparados a não fumantes.

O ideal para uma boa saúde bucal e para todo o organismo é parar de fumar. Melhor ainda é nem começar. Mas para aqueles que não conseguem deixar o vício, a melhor opção é prevenir fazendo visitas rotineiras e frequentes ao dentista para higienização e possíveis intervenções que evitem a instalação e agravamento de eventuais problemas.

Danielli Spina, dentista especialista em estética e prótese.

Refrigerantes têm efeitos catastróficos sobre dentes

Com a redução da prevalência de cárie a partir dos anos 60, a preocupação com a perda dos dentes tem-se voltado para outras causas, entre as quais a erosão dental, que pode ser definida como o resultado físico de uma perda de tecido duro da superfície dos dentes provocada por ácidos e/ou quelantes, sem o envolvimento de bactérias. Os resultados podem ser catastróficos para a saúde bucal, uma vez que perdas de tecido podem gerar sensibilidade, dor e má aparência. Além disso, a restauração do esmalte e/ou dentina perdidos é difícil, onerosa e requer contínuo acompanhamento. Os refrigerantes aparecem como um dos principais causadores de erosões dentárias e, por isso, Cláudia Fushida e Jaime Cury da Universidade Estadual de Campinas resolveram avaliar o efeito da freqüência de ingestão de refrigerante na erosão de esmalte-dentina e estudar a capacidade biológica da saliva na reversão das alterações.

Para tanto, foram utilizados dentes bovinos, a partir dos quais prepararam-se blocos de esmalte e dentina radicular adequados para determinação de microdureza superficial. Nove voluntários, utilizando dispositivos intra-orais palatinos contendo 4 blocos de esmalte e 4 de dentina, participaram do trabalho em 4 etapas, nas quais Coca-Cola foi ingerida de 1 a 8 vezes ao dia. De acordo com artigo publicado na edição de abril/junho da Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo, os fatores responsáveis pela erosão podem ser extrínsecos, intrínsecos ou idiopáticos. Erosão extrínseca é o resultado de ácidos de origem exógena, por exemplo, o contido nos refrigerantes. Intrínseco são os ácidos produzidos por vômitos, regurgitação e refluxos recorrentes. Idiopáticos são ácidos de origem desconhecida.

Os resultados mostram que, em função da freqüência de ingestão de refrigerante, a porcentagem de perda de dureza foi de 18,7 a 27,9 para o esmalte e de 24,6 a 32,6 para a dentina. A porcentagem de recuperação de dureza pela ação da saliva foi parcial, variando de 43,6 a 35,6 para o esmalte e de 40,5 a 34,6 para a dentina. Segundo a equipe, houve também uma correlação significativa entre a freqüência de ingestão de Coca-Cola e a porcentagem de perda de dureza, sendo de 0,97 para o esmalte e de 0,72 para a dentina. Por outro lado, em termos de recuperação de dureza, a correlação foi negativa, -0,70 para o esmalte e -0,74 para a dentina.

Dessa forma, os pesquisadores concluem que, dependendo da freqüência de ingestão de refrigerante, há perdas proporcionais e irreversíveis da estrutura superficial tanto do esmalte como da dentina. Em função da natureza do fenômeno de erosão, somente medidas de promoção de saúde bucal poderiam contribuir para o seu controle. Deste modo, orientação para reduzir a freqüência de contato dos dentes com refrigerantes, alimentos ácidos ou medicamentos é o conselho mais lógico e efetivo, ressaltam no artigo.

Má higiene bucal ameaça o coração, revela pesquisa

Um sorriso bem cuidado pode ser sinônimo de coração saudável. Essa relação é pesquisada há mais de 20 anos, mas só agora foi possível medir os efeitos da escovação diária. Um estudo populacional feito na Escócia mostrou uma forte associação entre a pouca frequência da escovação e o aparecimento de doenças cardiovasculares. As pessoas que escovavam os dentes menos de duas vezes por dia apresentaram 70% mais chances de sofrer infarto do miocárdio, segundo pesquisadores da University College London (UCL), que analisaram o estilo de vida de mais de 11 mil pessoas — monitorando fatores como higiene, hábitos de consumo (como tabagismo) e a prática ou não de exercícios físicos. A média de idade dos entrevistados era de 50 anos. A análise foi baseada na quantidade de visitas ao dentista, no número de escovações por dia, em detalhes sobre pressão arterial e o histórico de doenças cardíacas nas famílias.

Com o cruzamento dos dados, descobriu-se que somente seis em cada 10 pessoas visitavam o dentista a cada seis meses e que 71% escovavam os dentes ao menos duas vezes por dia. Em um período de oito anos, 555 participantes que mantinham os piores hábitos de higiene bucal tiveram sérias doenças cardiovasculares. Destses, 170 morreram. O principal diagnóstico, em 74% dos casos, era de doença coronariana. Foi isso que fez os investigadores identificarem a associação entre a falta de escovação com os problemas cardíacos.

Um dos pesquisadores é o brasileiro César de Oliveira, que mora em Londres desde 1996. Lá, ele cursou mestrado, doutorado e pós-doutorado na University College London, onde realizou o estudo com Richard Watt e Mark Hammer. Em entrevista ao Estado de Minas, Oliveira explicou como a má escovação influencia no aparecimento de doenças do coração. “As pessoas que escovam os dentes com menos frequência apresentaram mais inflamação gengival, devido ao acúmulo de placa bacteriana, e, consequentemente, o desenvolvimento da doenca periodontal (infecção oral crônica)”, conta. O problema é que esse quadro inflamatório bucal crônico é prolongado, e muitas vezes, não é tratado. Isso, então, contribui para um aumento da inflamação sistêmica e afeta a condição cardiovascular.

De acordo com o pesquisador brasileiro, há duas teorias sobre como uma inflamação localizada — no caso, a doença periodontal — afetaria a saúde sistêmica. A primeira é “a entrada na corrente sanguínea das bactérias causadoras da doença periodontal e de seus produtos tóxicos por meio de áreas de ulceração do epitélio gengival”. O resultado é uma resposta do sistema imunológico que produz inflamação.

“A segunda teoria de como uma inflamação pode afetar a saúde sistêmica se trata da entrada na corrente sanguínea dos mediadores inflamatórios produzidos na bolsa periodontal (o espaço entre a gengiva e os dentes)”, esclarece Oliveira.

O dentista Emílio Barbosa ressalta a importância da associação feita pelos pesquisadores. “O corpo é integrado, não dá para pensar que, se ocorrer algo na boca, isso vai ficar só lá. É necessário pararmos de agir setorialmente”, alerta Barbosa. “A gente realmente tem que considerar a questão do fumo, do estresse, do diabetes e da obesidade. Tudo está relacionado com a saúde bucal de alguma forma.”

Para o cardiologista do Hospital do Coração do Brasil André Medina, é importante que se leve em conta outros fatores, além da escovação dos dentes. “A gente também tem que considerar a pressão, o diabetes, o tabagismo, o nível de atividade física e o colesterol de cada pessoa”, diz.

Exemplo está em casa

A saúde foi prioridade na criação do filho da dona de casa Mara Queiroz. “Sempre tive a preocupação com a higiene e em levar uma vida saudável, fazer exercícios e comer algo mais natural”, diz. O estudante Flávio Silva, de 22 anos, filho de Mara, acredita que aprendeu a levar uma vida saudável a partir do que viu em casa. “Estou acostumado a prestar atenção no cuidado com os dentes. Foi algo que meus pais passaram para mim e, por isso, criei a mania de escovar bem e de visitar o dentista regularmente”, destaca Flávio. Os cuidados redobraram quando ele descobriu a primeira e única cárie: “Foi quando comecei a faculdade e dei uma relaxada. Agora, presto ainda mais atenção nisso”. Toda a família tem o costume de ir ao dentista pelo menos uma vez ao ano, além de praticar exercícios e caprichar na alimentação.

O médico André Medina avalia que ainda é cedo para confirmar o resultado da pesquisa escocesa e que mais estudos são necessários. “Apesar disso, pode-se olhar com mais carinho para essa nova descoberta e cuidar mais do paciente”. O pesquisador brasileiro César Oliveira defende a realização de mais estudos. “Meu estudo foi capaz de consolidar uma associação. Ainda existe a necessidade de procedimentos como testes clínicos para se estabelecer definitivamente a causalidade: higiene oral precária/inflamação gengival e doença cardíaca. Entretanto, a associação é bastante forte e estudos anteriores confirmam meus resultados.”

Dados

Na última assembleia geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) a recomendação foi integrar as medidas preventivas de saúde bucal e geral

A doença periodontal afeta até 50% da população no mundo

De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (Pnad) de 2008, do IBGE, 11,7% dos brasileiros nunca tinham visitado um dentista. Isso significa um total aproximado de 22,1 milhões de pessoas.

Boa saúde bucal diminui risco Alzheimer, segundo pesquisa

A saúde bucal tem papel fundamental na prevenção de muitas doenças principalmente na terceira idade. Pesquisa publicada recentemente no The New York Times mostrou que problemas na gengiva podem levar à doença de Alzheimer. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão baseados em exames dentários e avaliação psiquiátrica.

A pesquisa comparou pacientes que ainda tinham dentes naturais, com os que possuíam poucos ou nenhum dente. Os pacientes sem dentes naturais se mostraram muito mais propensos a apresentar problemas de perda de memória ou estágios iniciais da doença de Alzheimer.

Um dos fatores que podem contribuir para a mal de Alzheimer é a gengivite, que se caracteriza por inchaços e sangramentos na gengiva, além de causar mau-hálito, pus, amolecimento, mudança na posição dos dentes e muitas vezes até mesmo a perda total dos dentes. "Doenças bucais e doenças sistêmicas estão fortemente relacionadas, entre elas estão: derrame cerebral, mal de Alzheimer, diabetes e doenças cardiovasculares", explica Dr. Eduardo Rollo Duarte, dentista e periodontista especialista em Odontologia do Sono.

"A gengivite é uma infecção por bactérias que produzem toxinas podendo alcançar o cérebro através da corrente sanguinea causando danos nos tecidos do sistema nervoso central. Outros estudos apontam que doenças cerebrais que levam a determinados tipos de demência, ou até mesmo a famosa doença de Alzheimer , podem ser iniciadas ou pioradas por algum agente físico biológico, como uma infecção por bactérias", afirma o especialista (com Floter&Schauff).

sexta-feira, 25 de março de 2011

Escovar os dentes corretamente pode prevenir doenças cardíacas

Uma pesquisa escocesa publicada noBritish Medical Journal, revista especializada em medicina, aponta que a saúde da boca está diretamente relacionada com a saúde geral do paciente. De acordo com o estudo feito com quase 12 mil pessoas, quem não escova os dentes, ou os escova apenas uma vez por dia, tem mais chance de ter problemas cardiovasculares.
O professor de odontologia Eduardo Rollo Duarte explica qual a relação entre a boca e o coração. "Pessoas que não escovam pelo menos duas vezes por dia tem 75% mais chances de terem problemas cardiovasculares. Muito provavelmente porque quem não escova bem ou escova pouco desenvolve gengivite, que é uma inflamação dos tecidos gengivais”, afirma o dentista.
Segundo os especialistas, as bactérias que causam a inflamação da gengiva entram na corrente sanguínea e podem se alojar nas artérias que irrigam o coração. Os parasitas seriam responsáveis por contribuir na obstrução da circulação do órgão, o que pode levar a um infarto.
Depois de fazer o tratamento dentário contra gengivite, o aposentado Élcio Bonasorte não só recuperou os dentes como conseguiu controlar o diabetes descompensado. "O primeiro pensamento da pessoa tem que ser esse, manter a boca sempre sadia", diz o paciente.
Os especialistas dão dicas de como fazer para fazer a escovação correta dos dentes. "Uma boa escovação começa com um forte bochecho com água, na pia do banheiro. A pessoa ao escovar precisa ver os movimentos, de preferência sem muita força, de forma circular em volta dos dentes com a ponta da escova, colocar as cerdas próximas à gengiva", afirma Eduardo.
“As escovas não duram. Eles devem ser trocadas com certa frequência. Toda vez que a escova estiver com as cerdas esgarçadas, com as pontinhas começam a ficar alteradas, a escovação não será eficaz, porque a cerda deve ser bem macia para poder limpar os dentes em volta da gengiva”, diz o dentista.
A escova de dentes deve ser trocada no máximo a cada dois ou três meses. Os dentistas dizem que não é preciso exagerar na quantidade de pasta de dente. O equivalente a um grão de ervilha é o suficiente, já que a parte importante da limpeza no uso adequado da escova.

Conheça os principais sintomas do bruxismo e como tratá-lo

Também conhecido como briquismo, o bruxismo é o ato de ranger os dentes durante o período de sono ou, em alguns casos, uma pressão excessiva enquanto a pessoa está acordada. No entanto, o ato raramente é identificado pelo paciente.

As principais causas do bruxismo estão ligadas ao estresse físico e emocional: tensão, agressão reprimida,
ansiedade, raiva, medo. Mas também pode ocorrer se houver fechamento inadequado da boca ou alinhamento incorreto dos dentes.

De acordo com a dentista Renata Saitta, não existe idade predominante para adquirir o bruxismo, a doença se manifesta em crianças, adolescentes, adultos e idosos. “Tenho um paciente de sete anos com sintomas de bruxismo. Os pais estão em período de separação e o estresse o afetou”, explica.

Na infância, o bruxismo é muito comum por um outro fator. Ele pode aparecer na fase intermediária da troca dental das crianças, que ainda apresentam dentes de leite, mas já possuem alguns dentes permanentes.

Nesse caso, o crescimento ósseo e muscular ainda está sendo estabelecido. Os principais sintomas são dores ao morder, bocejar ou abrir a boca; estalo e rangido na hora de unir os dentes superiores e inferiores; sensação de mordida desalinhada, torta ou cruzada; dor na face, ouvido, pescoço e nuca; dores de cabeça frequentes, além de estresse, ansiedade e, em alguns casos, depressão.

Segundo a doutora, dores de cabeça são os sintomas mais comuns devido à contração excessiva dos músculos da mastigação, que também atingem outros músculos da face, além de pescoço, ouvido e ombros.

Além de serrar os dentes, o bruxismo pode causar a quebra de fragmentos ósseos dependendo da intensidade com que a pessoa range os dentes.


Como tratar o distúrbio?

Não importa a causa do bruxismo, o restabelecimento da harmonia da mordida reduz a intensidade da dor e diminui o hábito de ranger os dentes.

Segundo Renata Saitta, usar placa de mordida ou placa miorelaxante é uma maneira de proporcionar um espaçamento forçado entre a maxila e a mandíbula, relaxando a musculatura e aliviando a dor.

As placas são confeccionadas em resina acrílica, que ajudam a preservar os dentes, evitando maior degaste.
Nas crianças, a proteção para os dentes é feita de silicone.

As placas geralmente são usadas à noite, mas em alguns casos há uma placa mais fina ideal para quem precisa utilizá-la durante o dia.

Dependendo da intensidade do bruxismo, não é necessário fazer a placa. Algumas pessoas colocam bolsas de água quente na região do maxilar e fazem massagens para aliviar a dor.

Para a dentista, o tratamento deve ser feito de acordo com a intensidade de dor citada pelo paciente. “Algumas pessoas fazem acupuntura e conseguem aliviar os sintomas", diz Renata.

No entanto, se o distúrbio atingir a região da ATM (localizada próximo à orelha), o caso pode ser mais grave e ainda mais doloroso.

“Nesse caso, o paciente precisará fazer uma cirurgia para corrigir os danos estrutrais”, conclui a dentista.

Cuidados bucais interferem na qualidade de vida na terceira idade

Já se foi o tempo que ultrapassar os sessenta anos era sinônimo de uma vida inativa. Hoje, a terceira idade marca presença em todos os cantos do país em diversas atividades. A aposentadoria e a consequente saída de casa dos filhos crescidos abrem espaço para que esses milhões de brasileiros se cuidem cada vez mais e prolonguem os anos de vida. No país, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que a expectativa de vida dos brasileiros saltou de 69 para 72 anos em uma década.

Mas como viver mais e com qualidade de vida? Um bom começo é cuidar da saúde física e mental, mas sem esquecer dos cuidados odontológicos. De acordo com o cirurgião-dentista e diretor técnico da Simplan Implante Dentário, Dr. Gabriel Lembo, os idosos, frequentemente, apresentam doenças gengivais, têm cáries e problemas nas raízes dos dentes. E, não raro, ausência total ou parcial dos dentes, o que causa desconforto estético e também prejudica o organismo como um todo.

"Para fugir das cáries e doenças gengivais, a melhor medida é visitar regularmente o dentista, utilizar creme dental com flúor e fio dental a cada refeição e, principalmente, evitar consumo excessivo de alimentos ricos em açucares, além do tabaco. Esses cuidados certamente prolongam a vida dos dentes naturais e evitam uma possível perda de um ou mais dentes", diz o especialista em implantes.

E se as perdas já aconteceram, a melhor medida é repor os dentes, pois, de acordo com o Dr. Gabriel Lembo, cada dente possui uma função especifica e a falta de um ou mais prejudica a mastigação e a digestão, já que os alimentos não chegam devidamente triturados ao estômago, além de ocasionar outros problemas de saúde. "Poucos imaginam, mas doenças estomacais podem estar relacionadas à falta de dentes", afirma.

Hoje, para a reposição dos dentes existem opções, que fogem das velhas conhecidas próteses removíveis, popularmente conhecidas como dentaduras: são os implantes dentários (com prótese fixa), que facilitam a vida do paciente na hora da higienização e não têm contra-indicação. "Os implantes podem ser colocados em pacientes cardíacos ou diabéticos. Mas é importante dizer que cada caso deve ser analisado individualmente. A higienização é similar aos dentes naturais: escovação e uso de fio dental após as refeições. É uma vida normal, com boa mastigação e confiança no sorriso".

O procedimento, segundo o especialista, consiste na colocação de pinos de titânio na gengiva, que são fixados no osso maxilar ou mandibular no lugar da raiz dos dentes perdidos. Em seguida é instalada uma coroa dentária ou uma prótese de vários dentes, conforme a necessidade do paciente, posicionadas assim no lugar dos dentes naturais.

Troca da dentadura deve acontecer a cada cinco anos

Quem usa prótese móvel, popularmente conhecida como dentadura, deve passar por uma avaliação com um dentista a cada seis meses, é o que explica o cirurgião-dentista da Simplan Implante Dentário, Gabriel Lembo. "O paciente que usa dentadura precisa visitar com regularidade o dentista para verificar a adaptação na boca e condições de higiene".

A falta de cuidado na higienização e próteses mal encaixadas, podem ocasionar a proliferação de bactérias, sangramentos sucessíveis e feridas, entre outros problemas. "É importante lembrar que esse quadro pode evoluir para um câncer bucal. Além disso, as próteses removíveis devem ser trocadas a cada cinco anos”, explica Gabriel.

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 3 milhões de idosos necessitam de prótese total, ou seja, nas duas arcadas dentárias e outros 4 milhões precisam usar prótese parcial, em uma das arcadas. “Hoje, a maioria dos nossos pacientes recorrem aos implantes dentários com prótese fixa, que oferecem várias vantagens como limpeza facilitada e melhor força da mordida. Mas ainda realizamos próteses removíveis para cerca de 30% dos pacientes”, diz o especialista.

Ainda de acordo com o dentista, a prótese removível é uma alternativa para pacientes totalmente desdentados e que, por alguma razão, não podem recorrer ao implante definitivo. “É importante dizer que todos devem procurar um profissional apto a moldar e que tenha uma equipe de protéticos qualificada para confeccionar a dentadura com perfeição e com bons materiais, pois esses fatores interferem diretamente na reabilitação oral e estética do paciente”, afirma.

Dicas que podem salvar o seu sorriso
- Ao procurar tratamento opte por clínicas com profissionais registrados no Conselho Regional de Odontologia da região;

- Questione o profissional sobre possíveis soluções para o seu tratamento e sorriso. Hoje, existem opções mais modernas e confortáveis do que as dentaduras: os implantes dentários com prótese fixa;

- Se a recomendação for usar prótese móvel, certifique-se que a prótese está bem adaptada a sua boca para evitar desconforto, feridas e sangramentos;

- Ao sentir qualquer desconforto, procure um dentista;

- Para higienizar a dentadura, é necessário removê-la a cada refeição e limpá-la com escovação, sendo também higiênico escovar os tecidos moles da boca.

- Para as próteses fixas sobre implantes, a higienização é a mesma do que para dentes naturais, com escovação;

- Visite o dentista a cada seis meses para manutenção da prótese;

- Uma dentadura não dura para sempre. A troca deve ser feita a cada cinco anos;

quinta-feira, 24 de março de 2011

Mascar chicletes reduz a sensibilidade causada pelo clareamento

Você deseja um sorriso mais branco, mas um tratamento de clareamento dental pode tornar suas pérolas brancas temporariamente mais sensíveis. 

Pesquisadores podem ter descoberto uma estratégia simples para reduzir a sensibilidade – mascar chicletes. 

Num estudo publicado no British Dental Journal, 88 pacientes que tiveram seus dentes clareados numa única consulta odontológica foram distribuídos aleatoriamente para três grupos: participantes que mascaram um chiclete sem açúcar, participantes que mascaram um chiclete sem açúcar com Recaldent (um produto baseado no leite que ajuda a fortalecer os dentes por liberar cálcio e fosfato para remineralizar o esmalte) ou participantes que não usaram agente dessensibilizante. 

Em resultados que surpreenderam até mesmo os pesquisadores, pacientes que mascaram qualquer um dos tipos de chiclete sem açúcar experimentaram sensibilidade dental significativamente menos intensa do que o grupo que não mascou chiclete. Os cientistas teorizam que o ato de mascar pode ter oferecido aos pacientes um benefício terapêutico, possivelmente por criar aumento do fluxo salivar para reduzir a sensibilidade ou até mesmo simplesmente por distrair a mente do paciente enquanto mastigava, e o agente remineralizador em um dos chicletes não foi significativamente melhor na dessensibilização dental.

De acordo com a ADA, "mascar chiclete nas suas variadas formas é um hábito que vem da antiguidade. Os gregos mascavam a resina da aroeira, chamada mástique. Do outro lado do mundo, os antigos maias usavam a resina do sapotizeiro (chamada tsiclte). Nativos americanos da Nova Inglaterra mascavam a resina do abeto – um hábito que passaram para os colonizadores europeus. Hoje em dia, a base usada para a maioria dos chicletes é uma mistura de materiais sintéticos (elastômeros, resinas e ceras em variadas proporções). Entretanto, o hábito de mascar continua popular como sempre".

Atualmente, dois chicletes sem açúcar trazem o Selo de Aprovação da ADA. Estudos clínicos mostraram que mascar chicletes sem açúcar por 20 minutos após as refeições pode ajudar a prevenir a cárie dentária. 

Para mais detalhes sobre a maneira como mascar chicletes pode ajudar na sua saúde bucal, visite Tooth Whitening Treatments na seção Oral Health Topics.

Doença gengival pode ter participação na doença de Alzheimer

Nova York – Um novo estudo feito por pesquisadores na Faculdade de Odontologia da NYU mostra que a doença gengival pode aumentar o risco de desenvolver a doença de Alzheimer. 

Trata-se da primeira evidência a longo prazo que a doença gengival pode aumentar o risco de disfunção cognitiva associada com a doença de Alzheimer em indivíduos saudáveis e também naqueles que já estão cognitivamente comprometidos. 

O estudo foi liderado pela Dra. Angela Kamer, da NYU, que colaborou com uma equipe de pesquisadores da Dinamarca, e expande um estudo de 2008 feito pela Dra. Kamer que “mostrou que pessoas com doença de Alzheimer apresentam nível significativamente mais alto de anticorpos e moléculas inflamatórias associadas com a doença periodontal no plasma em comparação com pessoas saudáveis”.

No novo estudo, pesquisadores analisaram dados sobre a inflamação periodontal e função cognitiva em 152 homens e mulheres dinamarqueses que faziam parte do Estudo de Envelhecimento de Glostrup, reunindo dados médicos, psicológicos e de saúde bucal, no período de 1964-84.

A equipe comparou a função cognitiva dos indivíduos com idades entre 50 e 70 anos, usando o Digit Symbol Test, DST, uma parte da medição padrão do QI adulto que avalia a rapidez com que indivíduos podem ligar uma série de dígitos, como 2, 3, 4 a uma lista correspondente de pares de dígitos-símbolos.

Os pesquisadores observaram que a inflamação periodontal aos 70 anos estava fortemente associada a pontuações mais baixas no DST e que os indivíduos com inflamação periodontal eram nove vezes mais propensos a obter pontuações mais baixas no teste, comparados com aqueles com pouca ou nenhuma inflamação periodontal. 

Essa forte associação mostrou-se verdadeira mesmo naqueles indivíduos que apresentavam outros fatores de risco associados às pontuações mais baixas no DST, incluindo obesidade, tabagismo e perda dental não relacionada à inflamação gengival. A forte associação também se mostrou verdadeira nos indivíduos que já apresentavam pontuação baixa no DST aos 50 anos de idade.

“A pesquisa sugere que indivíduos cognitivamente normais com inflamação periodontal apresentam risco aumentado de função cognitiva menor em comparação com os indivíduos cognitivamente normais com pouca ou nenhuma inflamação”, diz Dra. Kamer.