quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Tratamento Ortodôntico com Braquetes Autoligados

Inovação. Essa a palavra que define essa nova técnica de tratamento ortodôntico, através de braquetes “autoligados”.
A tendência em se fazer o tratamento ortodôntico com um menor número de manutenções, ou seja, ter períodos mais longos entre uma consulta e outra, em média, a cada 45 ou 50 dias é uma realidade em países da Europa e nos Estados Unidos. A diminuição do tempo na cadeira do dentista gera benefícios tanto ao ortodontista, que otimiza o seu tempo clínico, quanto ao paciente, que se sente mais confortável com um menor número de consultas.
Isso é possível com o advento dos braquetes autoligados, tecnologia que não necessita dos tradicionais alastics, permitindo a manutenção da força transmitida pelo fio ao dente.
Estudos recentes demonstram que a utilização de braquetes autoligados proporciona uma redução significativa do atrito quando comparado aos braquetes convencionais. “Isso facilita a mecânica de deslizamento”, utilizada para fechamento de espaços, principalmente em casos de extrações dentárias. Outro benefício é um maior controle de rotação.
Comentário:
Nas afirmações acima, gostaria de levantar a seguinte questão:
Qual seria a real diferença no atrito numa mecânica de retração já que num caso de extração de primeiros prés, por exemplo, haveria deslize do arco nos braquetes dos segundos prés e nos tubos dos molares. Logo, apenas os braquetes dos prés apresentariam um maior atrito com o fio, já que os tubos não utilizam alastics. E mesmo assim este atrito nos prés pode ser reduzido se eles forem amarrados com amarrilhos métálicos.
E os casos em que o fechamento dos espaços é realizado sem mecânicas de deslize ( arco dupla chave, por exemplo) ? O atrito não seria um grande problema.
Na execução das biomecânicas ortodônticas ocorrem três tipos diferentes de atrito: clássico, binding e notching. Dos atritos mencionados, o mais preocupante na biomecânica ortodôntica é o clássico.
O atrito clássico é provocado pelas amarras elásticas e metálicas utilizadas nos aparelhos convencionais a fim de manter o arco instalado na canaleta do braquete. “Os aparelhos autoligados apresentam níveis muito baixos de atrito clássico, pois não utilizam amarras.”
A não necessidade de utilizar amarras reduz significativamente o atrito. Tal redução possibilita diminuir os níveis de força aplicados durante a execução da biomecânica, permitindo aos braquetes expressarem sua prescrição na totalidade, exercendo movimentos dentários mais biocompatíveis.” O atrito clássico, na técnica do aparelho ligado é o fator que mais consome força das biomecânicas ortodônticas”, explica Trevisi.
De acordo com Karyna Valle-Corotti, mestre e doutora em Ortodontia pela FOB-USP e professora associada do curso de Mestrado em Ortodontia da Unicid, o menor atrito ocorre principalmente com fios de menor calibre, no qual ocorre menor contato entre o fio e a canaleta. “Essa vantagem é ainda mais evidente nos braquetes com sistema de fechamento passivo”, afirma.
Comentário:
Diversos trabalhos vêm sendo publicados demonstrando justamente que o níveis de atrito com arcos retangulares e redondos de maior calibre são mais próximos quando se comparam os aparelhos ligados e autoligados. Ou seja, a grande diferença no atrito ocorre com os arcos de alinhamento e nivelamento.
Isto pode nos levar a crer que os aparelhos autoligados podem ser mais indicados nos casos de apinhamento que serão tratados sem extrações.
Para Liliana Ávila Maltagliati, mestre e doutora pela FOB-USP e coordenadora do curso de Especialização em Ortodontia da ABCD-SP, o grande diferencial é realmente o atrito. “Entretanto, este diferencial traz muitos outros benefícios em conseqüência, como por exemplo, a menor resistência à movimentação com a redução do atrito que possibilita a aplicação de forças mais suaves, o que, por sua vez, reduz os efeitos colaterais de mecânica e aumenta a velocidade de movimentação. São várias as vantagens que partem da menor força necessária para movimentação”, assinala.
TIPOS DE BRAQUETES
Os braquetes autoligados são indicados para todos os casos de másoclusões, principalmente naqueles de grande apinhamento que necessitam de exodontia de pré-molares e retração inicial de caninos. “Esta fase é executada com fios de menor calibre quando o braquete autoligado apresenta níveis de atrito desprezíveis”, esclarece Karyna.
Quanto à classificação, existem dois tipos de braquetes autoligados:
ativo: o sistema de fechamento da canaleta exerce pressão no fio ortodôntico;
passivo: o fio na canaleta do braquete não recebe pressão ativa do sistema de fixação, a menos que seja para impedir que haja rotações. Com isto, o fio trabalha livremente na canaleta.
“Minha preferência é pelos passivos, pois são os que comprovadamente produzem o menor atrito em qualquer calibre de fio e este é o grande diferencial destes braquetes como já mencionado. A questão de assegurar o encaixe do fio também é mantido nestes braquetes, pois como têm travas rígidas, se o fio não estiver totalmente inserido no slot, a trava simplesmente não fecha e, com relação ao torque, uma vez assegurado o encaixe total, o torque será lido como em braquete convencional”, assegura Liliana.
Fonte: Site Ortopress

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