terça-feira, 12 de abril de 2011

Higienização bucal ganha ainda mais importância para a população idosa

Higienização bucal ganha ainda mais importância para a população idosaCom o aumento dessa população, a sociedade está passando a ver a terceira idade de modo diferente

A população idosa aumenta vertiginosamente no Brasil e no mundo. Nos últimos 10 anos a expectativa de vida do brasileiro subiu de 70 para 73,1 anos. Considera-se que um dos motivos da qualidade de vida dessa população crescente está diretamente ligado a uma dentição saudável e funcional, pois abrange aspectos sociais e biológicos, envolvendo estética, conforto, habilidade para mastigar, sentir sabor e falar. Por isso, a higienização tem recebido atenção cada vez maior dos especialistas, nas três categorias de idosos: os independentes, os parcialmente dependentes e os totalmente dependentes. “Está surgindo um ‘novo idoso’, que se vê e é visto de um modo diferente pelos profissionais da saúde. Ter dentes saudáveis é um aspecto fundamental nesse processo e envolve alguns fatores: para os independentes, a motivação e a cooperação do paciente e sua habilidade para escovar criteriosamente os seus dentes, e para o caso dos dependentes, uma orientação cada vez maior aos cuidadores”, afirma a cirurgiã-dentista Amanda Davanço, especialista em odontogeriatria e responsável pelo atendimento odontológico do Ambulatório do Envelhecimento Bem-Sucedido do Instituto de Geriatria e Gerontologia da UNIFESP.

Boca seca
Quem se aproxima da terceira idade geralmente nem imagina que terá pela frente um inimigo de nome tão esquisito quanto perigoso, a xerostomia, mais conhecida como boca seca. Com o passar dos anos a saliva, que é indispensável à integridade dos dentes e dos tecidos bucais, tende a diminuir. Para agravar a situação, os idosos, que são os grandes consumidores de remédios no mundo, ingerem medicamentos como analgésicos e sedativos, que inibem o fluxo salivar, e ficam mais expostos à cárie, a problemas nas pontes/próteses totais, a doenças periodontais (da gengiva), a lesões da mucosa bucal, ao câncer bucal, etc. Portanto, trata-se de uma população que precisa de cuidados e orientações específicas quanto a sua saúde bucal.
Os idosos independentes devem incorporar ao cotidiano maiores cuidados com a limpeza de dentaduras e pontes móveis. Elas devem ser escovadas com escovas de unha e com detergente neutro, pois cremes dentais têm componentes que causam maior desgaste dos dentes artificiais. Essa prática deve ser realizada após cada refeição e antes de dormir e ao acordar, pois placas bacterianas também se formam sobre as próteses.
Já os idosos parcialmente e totalmente dependentes necessitam de um "cuidador" que esteja bem orientado para proceder corretamente a higienização bucal, e também cuidar que a dieta deles tenha carnes, frutas, verduras e legumes, pois a tendência da ingestão de alimentos moles pode debilitar o organismo como um todo. “Quando o idoso está acamado, podem ser utilizados abridores de boca para a realização da higienização. Para o enxágue, poderá ser utilizada uma seringa descartável com água, onde a cabeça do idoso é direcionada para o lado e para a frente de uma vasilha em que a água irá sendo depositada”, ensina Amanda Davanço.

Além das dicas técnicas, ela ainda chama atenção para outros aspectos: “Cuidar bem dos dentes desde cedo significa garantir um futuro com mais sorrisos e alegria, o que fica difícil quando a pessoa chega à terceira idade com dentes faltando, quebrados ou cariados, com a gengiva que sangra e com mau hálito. Com o surgimento do conceito do ‘novo idoso’, que tem uma qualidade de vida cada vez maior, velho não é aquele com idade avançada, mas aquele que não se cuida”, finaliza a cirurgiã-dentista Amanda Davanço.

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