O segredo do tratamento ortodôntico é a movimentação dentária, possível graças à possibilidade de remodelação dos ossos em que os dentes estão presos. A resposta biológica não pode ser acelerada, ela precisa de um espaço de tempo razoável para que os tecidos ósseos se remodelem adequadamente, sem prejuízos à saúde bucal dos pacientes.
O aparelho aplica pressões específicas em cada dente para posicioná-lo da maneira correta, corrigindo a oclusão. Esse procedimento estimula uma reabsorção óssea controlada onde o dente pressiona e uma nova formação na parte que fica mais "folgada". Ou seja, apesar de duro, o tecido ósseo tem plasticidade durante toda a vida, é maleável e permite que o tratamento ortodôntico seja realizado graças à sua capacidade de remodelagem, para conter os dentes em suas novas e corretas posições.
Então, vem a pergunta: "mas se aumentar a força, o dente não se move mais rápido"? Não é bem assim. Como já mencionado antes, o organismo tem seu tempo devido para fazer essa readaptação estrutural, que varia no intervalo de 21 a 30 dias, em geral, o tempo de intervalo entre as consultas com o ortodontista. Aplicar uma pressão desproporcional, além do desconforto e da sensibilidade extremos, pode levar à absorção das raízes dos dentes, com possibilidade de lesão e até - em casos mais extremos - de eventual possibilidade de perda destes. Além disso, existem certos pacientes que podem apresentar uma predisposição inata para que isso possa vir a ocorrer, o que exige cuidados e cautelas especiais, com rigorosos controles radiográficos periódicos.
Ainda é preciso estar atento para a presença de outras condicionantes no momento da diagnose e da planificação do tratamento para o paciente. Deve-se observar a morfologia dos dentes, das raízes, da região em que estão alocados, da densidade óssea local, a saúde geral e a idade da pessoa, para saber quais pressões dos aparelhos podem ser empregadas com segurança e conforto para o paciente.
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