quarta-feira, 30 de março de 2011

Implantes são nova fronteira de investimentos

Entre as áreas da odontologia, há uma que apresenta especial potencial de crescimento. Trata-se da implantodontia, que cuida da colocação de pequenos pinos de titânio na mandíbula do paciente que servem como base para o encaixe de dentes perdidos. Neste ano, deverão ser realizados 2,5 milhões de implantes no País. E a expectativa do setor é que esse número praticamente dobre nos próximos três anos.

O otimismo pode ser explicado pelo imenso número de potenciais pacientes. Segundo dados do Ministério da Saúde, 30% dos brasileiros entre 35 e 44 anos não têm nenhum dente. A situação é ainda pior entre os idosos. Cerca de 75% das pessoas com mais de 65 anos são completamente desdentadas.

Ao mesmo tempo, apenas 15% dos dentistas brasileiros estão habilitados para colocar implantes. \"A tudo isso soma-se o aumento da renda das classes baixas. Para essas pessoas, ter os dentes de volta tornou-se um sonho de consumo\", diz Ariel Lenharo, fundador da fabricante de implantes e peças para próteses Sistema de Implante (SIN).

Há quatro meses, Lenharo vendeu 75% do capital da SIN para o fundo de investimentos latino-americano Southern Cross, que administra US$ 1,5 bilhão em ativos. Com o novo sócio, a empresa, que fatura cerca de R$ 100 milhões, pretende aumentar as exportações para a América Latina e investir em pesquisa para acelerar o tratamento dos pacientes.

Outro grupo que investiu recentemente nessa área foi o GP Investimentos. Em 2008, o fundo tornou-se o principal acionista da Imbra, maior rede de consultórios para implantes odontológicos no País. No fim do ano passado, o fundo aumentou sua aposta na empresa, com um segundo aporte no valor de R$ 50 milhões.

Preocupada em tirar proveito desse mercado, a Sorridents deve triplicar o número de dentistas habilitados para fazer implantes até o fim do ano. \"Temos a demanda dos clientes, mas não damos conta de atender\", diz Carla Sarni, proprietária da rede. Para aumentar a presença na área, porém, a empresa precisará fazer ajustes em seu atual modelo de negócios.

O primeiro será a criação de um conselho consultivo formado por especialistas para orientar os dentistas. Como são procedimentos complexos, a ideia é proteger a empresa de possíveis ações judiciais. A segunda mudança está na forma de pagamento. Um tratamento para o implante de todos os dentes custa até R$ 15 mil. Para tornar o valor acessível, a empresa tenta um acordo com financeiras dispostas a assumir o risco desse tipo de serviço. M.C.

PAÍS DOS DESDENTADOS
30% é o número de brasileiros, entre 35 e 44 anos, que não têm nenhum dente
75% é o número de brasileiros com mais de 65 anos que não têm nenhum dente

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